Controle financeiro: quanto você pode investir em doações?

Em tempos de crise, realizar um controle financeiro pessoal é uma alternativa válida para não sentir tanto os efeitos que ela traz. Esse planejamento também nos possibilita destinar recursos para iniciativas com as quais nos identificamos, como as doações para instituições e organizações sociais.

Quanto será que você pode investir nelas? Acompanhe nosso texto de hoje e aprenda como se organizar para isso!

O sentimento de doar

Ajudar o próximo não é só um mandamento cristão. É uma ação que, independente de religião, provoca-nos os melhores sentimentos de felicidade e realização.

Ao realizar uma doação, sentimos que estamos contribuindo para melhorar a vida do outro. Inclusive, em pesquisa recente, ficou comprovado que, ao realizarmos algum tipo de benfeitoria, ativamos uma região do cérebro que nos garante a sensação de prazer.

Os cientistas canadenses Dunn, Aknin e Norton observaram que pessoas que destinam seus recursos para gastos sociais, em vez de utilizar os recursos com gastos pessoais, diziam-se mais felizes. Em outras palavras, o dinheiro pode trazer sim felicidade, desde que destinado também para algo que nos faça sentir realizados.

Em um exemplo dado por Norton em uma de suas palestras, ele observou que pessoas que ganharam na loteria e destinaram seus recursos para itens pessoais, sem ajudar os amigos, não se consideravam felizes. Pelo contrário, tornaram-se antissociais e egoístas.

Cada um doa o que pode

Além de comprovar o sentimento que a doação provoca, os pesquisadores conseguiram comparar situações em que diferentes grupos tinham quantidades diferentes para gastar com outra pessoa. O resultado é bem interessante: ambos os grupos se mostraram mais felizes do que antes.

As reações entre quem tinha mais ou menos para doar não foram diferentes. Em outras palavras, o sentimento que a doação nos traz independe do valor que podemos destinar aos gastos sociais. Por isso, beneficiar o outro é fazer o bem a nós mesmos.

Controle financeiro: educação financeira é o primeiro passo

Educar-se em relação às finanças é tão necessário quanto a educação formal escolar. Atualmente, já é comum encontrarmos lições de educação financeira nas instituições de ensino para crianças, o que contribui para formar adultos conscientes, no que diz respeito aos recursos financeiros.

Equilibrar gastos com necessidades e desejos é saudável e pequenas práticas nos ajudam a tomar consciência sobre nosso dinheiro e seu valor. Para o Sebrae, “um bom orçamento familiar é o primeiro passo no processo da educação financeira”, uma vez que gera satisfação pessoal, promove controle e equilíbrio para assumir um projeto de vida. Algumas práticas, além do controle orçamentário, ajudam a consolidar uma educação financeira pessoal, veja só:

Trace objetivos

Uma pessoa com um objetivo sabe exatamente o que é necessário para atingi-lo. Nas doações a entidades filantrópicas isso é básico, uma vez que deve existir um planejamento para destinar os recursos arrecadados.

A própria missão da entidade já dá uma noção dos objetivos e isso vale para o doador. Se você quer doar, então esse é seu objetivo e é em cima dele que a educação financeira se consolida.

Faça um planejamento de investimento

Com os objetivos traçados, é preciso estabelecer o prazo, as estratégias e os riscos em cima deles. Isso nada mais é do que um planejamento de investimento, que possibilitará tornar real a ideia inicial.

Gaste menos do que ganha

Comprometer todo o seu salário não é uma atitude esperta. O ideal é que você coloque o limite de gastos um pouco abaixo do montante total que arrecada.

Dessa forma, qualquer emergência financeira não mudará muito sua situação. Para o doador, é importante colocar o valor da doação dentro do limite, como um gasto mensal.

controle financeiro

Tenha controle das receitas e despesas

Tal qual uma empresa, uma pessoa só saberá o quanto poderá doar se tiver total controle das receitas e despesas.

Tome decisões

O planejamento de ações precisa ser colocado em prática para que o objetivo seja, de fato, atingido. Por isso, é preciso tomar decisões nesse sentido.

As práticas nada mais são do que dicas de administração do dinheiro. Segundo T Harv Eker, autor de “Os segredos da mente milionária”, o hábito de administrar o dinheiro é mais importante do que a quantidade de dinheiro que você tem.

Administrar o dinheiro para investir em doações

As doações em dinheiro são um dos 4 tipos principais de doações. É bastante utilizada pela sua praticidade, podem ser esporádicas ou mensais, caso em que o doador pode se transformar em um sócio-contribuinte, ajudando e acompanhando a rotina da entidade.

Porém, aquele que deseja doar precisa ter um bom controle financeiro pessoal, para que não haja prejuízo para sua própria situação. A máxima “só é possível ajudar o outro quando estamos bem com nós mesmos” serve também para o caso das doações em dinheiro.

Para T Harv Eker, existe uma divisão bastante interessante para uma administração financeira pessoal eficiente. Ele propõe a reserva de porcentagens sobre o salário mensal para necessidades básicas (50%), investimentos (10%), diversão (10%), instrução financeira (10%), despesas de longo prazo (IPTU, IPVA, presentes) e doações (10%).

A doação é também estratégica

Poucas pessoas têm consciência mas, em muitos casos, a doação em dinheiro poderá ser abatida do Imposto de Renda, desde que a entidade escolhida esteja devidamente credenciada junto à assistência social da cidade e participe dos fundos municipais, estaduais, distrital ou nacional da sua área. São as conhecidas leis de incentivo:

  • Fundos da criança e do adolescente que se enquadram no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA);
  • Fundos do idoso, geridos pelos municípios, estados, distrito ou pela União;
  • Projetos deferidos pelo Ministério da Cultura ou pela Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e que se enquadrem na Lei de Incentivo à Cultura — Lei Rouanet — ou na Lei de Incentivo à Atividade Audiovisual;
  • Projetos deferidos pelo Ministério do Esporte e pela Lei de Incentivo ao Esporte;
  • Projetos deferidos pelo Ministério da Saúde, desde que relacionados ao Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) ou ao Programa Nacional de Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência — Pronas.

O doador que possui controle financeiro paga seu imposto de renda anualmente. Com a alta alíquota e a situação política brasileira, esse pagamento pode nos causar revolta, já que boa parte dos recursos não são investidos onde deveriam. Por isso, a doação que possibilita o abatimento no Imposto de Renda, além de ajudar o próximo, contribui para nosso sentimento de felicidade.

Este artigo te ajudou a fazer seu controle financeiro para saber quanto investir em doações? Ajude o próximo para trazer mais felicidade e satisfação à sua vida!

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ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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