A parentalidade para crianças de 6 a 8 anos é uma fase difícil para os pais, afinal, é nessa fase que as crianças dão os primeiros passos para se tornarem “gente grande.”
Assim como em todas as etapas da infância, as brincadeiras desempenham um papel importante no desenvolvimento da criança, e uma parentalidade positiva exige com que o brincar seja uma grande parte da vida da criança, todos os dias.
Conciliar os ensinamentos e as brincadeiras é um dos desafios de ser um dos cuidadores de uma criança, e muito disso se deve às características dos pequenos nessa época de suas vidas.
É importante ter em mente que a criança é muito mais comunicativa nessa fase de sua vida, e é indispensável levar suas opiniões e pensamentos em consideração. Confira mais características de crianças nessa faixa etária:
Nesta etapa, é comum notar um salto no desenvolvimento infantil. As crianças começam a reconhecer-se como “crianças grandes” e essa fase traz muitas novidades e desafios relacionados à parentalidade, principalmente em relação às novas responsabilidades e à vida fora do núcleo familiar.
Muitas são as perguntas, e cada vez mais complexas. Em geral, as crianças passam a construir raciocínios de forma ainda mais elaborada, estabelecendo relações de causa e consequência.
Além disso, as crianças passam a ter cada vez mais autonomia em relação às pessoas adultas, afirmando opiniões, valores, gostos e buscando maneiras de resolver problemas de forma própria.
De modo geral, é um período de interesse maior por jogos com regras: com objetivo, tempo e espaço definidos (como jogos de tabuleiro, bila, cidade dorme etc.).
Também é comum o interesse em esportes e brincadeiras de movimentação cada vez mais desafiantes e que exijam um certo conhecimento sobre as próprias possibilidades e limites (como pega-pega, queimada, pular corda etc.).
É importante lembrar que o tipo de desafio depende das possibilidades de cada criança.
As crianças dessa faixa etária costumam estar imersas no processo de alfabetização, e este é um direito fundamental que deve ser assegurado a todas as crianças.
Embora elas aprendam em tempos diferentes e se interessem pelos mesmos assuntos em momentos distintos, essa costuma ser uma fase de muita curiosidade e grandes descobertas, detalhes importantes para quem está envolvido na parentalidade.
É comum que as crianças estejam abertas a experiências que as desafiem, tanto do ponto de vista físico quanto cognitivo, interessando-se pelas letras e números, por experiências artísticas e científicas e por descobertas sobre a natureza e o mundo social. O interesse por ler ou ouvir histórias também costuma ser grande.
De maneira geral, em relação ao desenvolvimento socioemocional, a criança passa a lidar melhor com suas emoções e com o autocontrole. Nessa idade, costumam estabelecer relações mais sólidas de amizade. Também podem apresentar interesses e gostos pessoais mais definidos.
É importante uma observação atenta ao desenvolvimento de cada criança. Caso você note algo que traga dúvida, não deixe de procurar um(a) especialista.
Busque entender quais são as brincadeiras e esportes favoritos da criança e a estimule a brincar, a praticar esportes e a se divertir. Ao mesmo tempo, incentive-a a experimentar novas interações, tudo isso faz parte da parentalidade positiva.
Estimule a prática diária de brincadeiras em ambientes abertos e se possível em contato com a natureza. Ocupar praças, parques e ruas de lazer ajudará os(as) pequenos(as) a criarem laços de afeto e de cuidado com os espaços públicos da sua comunidade.
Você sabia que toda vez que uma criança brinca ela está aprendendo sobre si e sobre o mundo? E que não é só quando ela brinca de escolinha ou com brincadeiras que envolvem números e letras que ela se desenvolve? Permita que a criança brinque bastante e cada vez mais! Isso irá contribuir muito para o seu pleno desenvolvimento!
Converse com a criança e a estimule a ter empatia e solidariedade com as demais pessoas. Mostre diferentes contextos de vida e sociedade.
Incentive-a a participar da vida coletiva – começando dentro de casa, com pequenas tarefas como organizar os brinquedos depois de brincar, e passando para cuidados comunitários, como não jogar lixo nas ruas e tratar as pessoas com respeito e generosidade.
Evite comparar o comportamento da criança com o de outras crianças próximas ou conhecidas. Convide a criança a observar suas conquistas em relação a ela mesma: o que não sabia e passou a saber, o que não fazia e passou a fazer. Vibre junto com as conquistas e tenha paciência e amorosidade em relação aos desafios da parentalidade.
Lembre-se de brincadeiras de sua infância que possam instigar as crianças: adedonha, brincadeiras de mão, adivinhas, trava-línguas etc. Incentive a criança a te ensinar brincadeiras que ela aprende fora de casa também. Podem ser momentos divertidos!
Leia livros e conte histórias para a criança e permita que ela leia e conte histórias para você.
Estimule brincadeiras com brinquedos que não sejam comprados prontos: brincar com terra, água, ar, gravetos, folhas, tecidos, fazer brinquedos manuais, tocar instrumentos (improvisados ou não), fazer trabalhos manuais e artísticos também são formas divertidas de interagir com os(as) pequenos(as) ou de deixar que eles(as) brinquem sozinhos(as).
Controle o uso de telas pela criança. Além de acompanhar o uso e restringir os conteúdos de acordo com a sua faixa etária, procure dividir o tempo da criança entre as telas (celular, tablet, televisão, videogame etc.) e outras brincadeiras e formas de se divertir.
Cabe àqueles que participam da parentalidade estipular limites. Estimule a criança a brincar com outras crianças, sozinha, em família e em contato com a natureza.
É importante que a criança ande pelas ruas sempre na presença de uma pessoa adulta e que não atravesse a rua sozinha até os 10 anos de idade.
Caso seja necessário e inevitável que ela saia sozinha em algum momento, oriente-a a respeitar as normas de trânsito, atravessar em faixa de pedestre, não atravessar a rua por trás de carros, ônibus, árvores e postes.
Ensine-a a fazer contato visual com os motoristas antes de atravessar a rua para ter certeza de que foi vista. Sempre ensine-a a olhar para os dois lados, mesmo que seja uma rua de mão única.
Garanta, sempre que possível, o uso de itens de segurança, como capacete, quando a criança andar de bicicleta, skate ou patins. Deixe as panelas no fogão com os cabos virados para dentro para evitar acidentes.
Observe as interações da criança. Além de conhecer as formas como seu(sua) pequeno(a) brinca e soluciona conflitos com outras crianças, você também poderá intervir em episódios de violência entre elas.
Nós acreditamos que toda criança merece a oportunidade de um desenvolvimento saudável e uma vida cheia de brincadeiras. Para nós, permitir com que mais pais e cuidadores possam incluir as brincadeiras em sua parentalidade é uma grande meta.
Acreditamos na grande importância das brincadeiras no crescimento, e trabalhamos com programas sociais que afetam milhares de famílias por todo o país para espalhar essa noção.
Para destacar a importância do brincar com crianças para o desenvolvimento infantil, o ChildFund Brasil em parceria com a The LEGO Foundation lançou o projeto Brinca e Aprende Comigo, que é realizado com crianças do Ceará e de Minas Gerais, por meio de 12 parceiros locais da organização, totalizando 37 municípios. A expectativa é que 12,5 mil crianças de até 8 anos e mais de 6 mil mães, pais e cuidadores sejam impactados.
A parceria do projeto abrange seis países: Brasil, Etiópia, Guatemala, Honduras, México e Uganda e nasceu da visão de que o desenvolvimento infantil tem suma importância na formação das pessoas. Por aqui, o Brinca e Aprende Comigo é realizado com Organizações Sociais Parceiras, que receberam formações sobre o tema para replicar os conteúdos com as famílias e comunidade.
Conheça mais do nosso trabalho para promover uma infância feliz para nossas crianças e adolescentes e saiba como você também pode contribuir.
O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.
