Setembro amarelo: conheça a campanha de prevenção ao suicídio

Em 2015, o Centro de Valorização da Vida conseguiu apoio de entidades governamentais para inserir no calendário da saúde e da sociedade um mês para destinar atenção especial ao suicídio, o Setembro Amarelo.

Colocamos luz sobre o assunto, pois o mês de setembro é dedicado à juventude do ChildFund Brasil e o suicídio é a segunda forma de morte mais recorrente no mundo entre pessoas de 15 a 29 anos. No Brasil, essa é a quarta causa para a mesma faixa etária, conforme relatório do Ministério da Saúde, lançado em 2017.

Tema de interesse da sociedade e de saúde pública, a tratativa sobre o suicídio tem deixado de ser tabu. Ao contrário disso, cada vez mais é percebida e valorizada a importância de se expor as questões ligadas a ele como mecanismo de prevenção e auxílio.

Assim, neste post serão abordadas as razões que sustentam a relevância do Setembro Amarelo.

Setembro Amarelo: por que falar sobre suicídio?

No Brasil, cerca de 11 mil pessoas tiram a própria vida todos os anos. O índice está em crescimento e chegou a 5,7 suicídios por 100 mil habitantes.

Para agravar, os números de lesões autoprovocadas é muito maior, tendo registradas 45.468 ocorrências, em 2016 no Brasil, o que demonstra a tentativa de encerrar a própria vida. Tais índices tornam clara a existência do problema, enfatizando a necessidade de informar a sociedade sobre como auxiliar as pessoas em sofrimento.

O suicídio entre os jovens brasileiros

A OMS (Organização Mundial da Saúde) levantou que o suicídio ocupa a segunda posição no cenário mundial de mortes entre jovens de 15 a 25 anos. Com a lupa sob a realidade local, no Brasil, a autoagressão é a quarta maior causa de morte entre os jovens com a mesma idade.

Entre os fatores que estão correlacionados ao ato, estão os quadros depressivos e também a utilização abusiva de álcool, cigarro e drogas, ainda que não sejam situações determinantes. Ou seja, nem todo depressivo ou usuário é suicida, bem como o inverso também é verdadeiro.

A relevância da relação entre os transtornos mentais e substâncias com o suicídio é dado com o fato de como elas afetam o cérebro, provocando desequilíbrios no órgão, cujo processo de formação é finalizado por volta dos 23 anos.

Identifique possíveis suicidas

O informativo ‘Suicídio. Saber, agir e prevenir‘ desenvolvido pela CVV e Ministério da Saúde destaca alguns comportamentos que devem gerar alerta nas pessoas próximas. Quem tem intenção de encerrar a sua existência costuma ter preocupação com a própria morte ou demonstrar falta de esperança, expressa ideias ou intenções suicidas, se isola e pode estar submetida a situações de extremo stress como discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero, agressões físicas e psicológicas, crise financeira e outros.

Alteração de conduta e expressões suicidas durante duas semanas precisam ser levadas a sério. No entanto, é possível também que, ao optar por se matar, a pessoa se torne mais tranquila nos dias que antecedem o ato. Isso porque se convenceu de ter encontrado a solução para o sofrimento que a acompanhava.

A vulnerabilidade social é um fator que está fortemente associado a tendência ao suicídio, o que é indicado pelo índice de 75% das mortes autoinfligidas acontecerem em países de baixa e média renda.

Setembro amareloAssim, desde os primeiros sinais, é preciso colocar em prática a conversa e trabalhar outras possíveis formas de auxílio que desencorajem o suicídio e levem à ajuda profissional. É por conta disso que iniciativas como o Setembro Amarelo tem tanta relevância.

Como ajudar pessoas em sofrimento?

Conversar de maneira aberta e sem julgamentos é a principal atitude de quem quer auxiliar um possível suicida. A pessoa em sofrimento precisa se sentir acolhida, respeitada e ouvida.

É recomendado iniciar o assunto em local tranquilo e com tempo para que o diálogo aconteça. Não é preciso ter medo de que, abordando o suicídio, encoraje o ato. Muito pelo contrário.

É preciso ouvir atentamente para buscar soluções. No entanto, não fale sobre si mesmo, não deboche, não recrimine, não repreenda e nem se aterrorize com o que vai ser compartilhado por quem está em sofrimento.

Se o nível de perigo for iminente é imprescindível que não deixe o indivíduo sozinho, além de solicitar auxílio de serviços de atendimento a crises ou emergência.

Incentivar a pessoa a buscar profissionais que a auxiliem é outro ponto importante, além de remover possíveis objetos ou substâncias que facilitem o suicídio.

Acrescentar experiências que fortaleçam a identidade individual e coletiva, mitigando o sentimento de solidão e impotência também são alternativas, como o projeto Jovens Capacitados e Participativos do ChildFund Brasil.

Nele há ações focadas no vínculo comunitário, familiar e participação social, além de formar cidadãos ativos no desenvolvimento e reivindicação de políticas públicas.

Canais de atendimento ao suicida

Entre as alternativas para a recuperação há os Caps (Centros de Atenção Psicossocial), instituições públicas cuja existência reduzem em 14% o risco de suicídio, conforme relatório do Ministério da Saúde.

Outros recursos como as Unidades de Pronto Atendimento, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são alternativas para momentos extremos.

O CVV também disponibiliza diversos canais como o telefone 181, gratuito e disponível 24h por dia durante toda a semana. Há ainda opções por chat, endereço de e-mail e a localização física da instituição.

Aos amigos e familiares que desejam se informar, há também dicas e conteúdos que podem auxiliar nesse momento delicado, em que todos são afetados e precisam estar cientes da melhor forma de ajudar.

Importante frisar que o suicídio está ligado à saúde mental, que há 40% em reincidência de quem tenta se matar e que preconceitos e o silenciamento não contribuem para resolver o problema, apenas agravam e aumentam o número de casos.

O Setembro Amarelo vem como conscientização para que o suicídio não seja calado ou reprimido, mas sim, colocado sob discussão, fazendo com que as pessoas possam se manifestar de forma a conseguir progresso e não agir com violência contra si mesmo. Incentive também este diálogo compartilhando o post nas suas redes sociais!

ChildFund

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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