Dinheiro é coisa de criança?

Dinheiro, poupança, investimento a longo prazo, planejamento. Você acha que essas coisas combinam com o universo mágico das crianças? Se a sua resposta foi não, precisa conhecer um pouco mais do trabalho do ChildFund Brasil com a conceituada tecnologia social Aflatoun e Aflateen! 

Os nomes diferentes vêm de uma metodologia criada na Índia, nos anos 2000, e já aplicada em mais de 109 países diferentes. Ela tem como objetivo ensinar crianças, adolescentes e jovens a terem um pensamento crítico sobre direitos e deveres e, principalmente, emponderá-los com conhecimentos sobre finanças pessoais e as melhores práticas no gerenciamento dos seus recursos. O ChildFund Brasil acredita que o ensino da cidadania caminha lado a lado com o aprendizado de instrumentos como poupança, orçamento e até fomento ao empreendedorismo para os mais velhos. 

Para os participantes, as oficinas da tecnologia social são oportunidades valiosas. Dentro de um ambiente seguro, elas aprendem sobre gerenciamento de recursos, planejamento, trabalho em equipe e pensamento a longo prazo. É comum grupos pouparem pequenos valores em conjunto para realizarem um passeio ao final do ano, como uma ida ao museu, por exemplo. 

Os conteúdos são adaptados conforme a idade: crianças de 6 a 14 anos participam do Aflatoun, e os adolescentes de 15 a 18 anos, participam do Aflateen. Para os menores, são realizadas feiras de trocas de brinquedo e o uso de dinheiro “de mentira”, para que os conceitos financeiros possam ser internalizados o mais cedo possível. Já os adolescentes são orientados e estimulados para ações de empreendedorismo. A tecnologia social tem como símbolo uma chama, que é customizada e nomeada de forma diferente em cada grupo, criando, assim, uma identidade única em cada localidade. 

Para André, de 11 anos, inscrito nas atividades da organização social parceira do ChildFund Brasil, Associação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente de Veredinha (ADECAVE), no Vale do Jequitinhonha-MG, as atividades realizadas dentro da tecnologia social são muito enriquecedoras: 

“Estou no projeto do Aflatoun desde 2015. Acho as oficinas muito boas, aqui nós aprendemos a cuidar do planeta, da nossa casa, da nossa comunidade. Fiz novas amizades, aprendi a valorizar minha família e minha escola, a ter mais respeito, a economizar água e luz e ainda fizemos jogos e brincadeiras. 

Com o dinheiro, aprendi a economizar! Fizemos um cofre, aprendemos a controlar os depósitos, quais são nossos direitos e deveres, comemos lanche gostosos e brincamos muito! Espero ficar no grupo Aflatoun por muito tempo”. 

Dia do Aflatoun 

Em todo o mundo, 15 de março marca a celebração do Dia do Aflatoun (Aflatoun Day) e o ChildFund Brasil e suas organizações sociais parceiras não deixaram a data passar em branco. Durante todo o dia foram realizadas oficinas especiais, palestras, piqueniques e 

diversas atividades especiais, incluindo uma ligação de “intercâmbio” com grupo de crianças do Maranhão e que também desenvolve a tecnologia social Aflatoun. 

O Dia do Aflatoun este ano teve como tema “Por que o dinheiro importa” e reforçou o uso racional do dinheiro, além do empreendedorismo. O dia fez parte de uma semana global focada na reflexão das questões financeiras, a Global Money Week (Semana Global do Dinheiro). 

Confira o depoimento de Eduardo, de 10 anos, atendido pela organização social parceira do ChildFund Brasil, Associação da Criança e do Adolescente de Itaobim (ASCAI), também no Vale do Jequitinhonha-MG, e presidente do clubinho “Chama da Paz”, grupo que desenvolve a tecnologia Aflatoun na organização. 

“Eu já aprendi muita coisa, não só sobre educação financeira, mas também sobre como valorizar as qualidades dos meus colegas, apesar das diferenças; e aprendi que temos que respeitar o outro. De vez em quando, minha mãe e minha avó me dão dinheiro para comprar algumas coisas e se sobra algum dinheiro, eu junto em um cofrinho. Já fazia isso antes de começar a participar do Aflatoun, mas agora vou passar a poupar também no grupo. 

Eu gosto muito de participar do Aflatoun, pois é muito legal. A gente aprende se divertindo, têm brincadeiras e dinâmicas que deixam a aula mais interessante, a gente aprende a economizar e a prestar serviços para o bem das pessoas. 

No Dia do Aflatoun, conversamos com um grupo de outra região do Brasil e foi muito legal. Deu pra ouvir um pouco sobre a experiência delas e deu pra perceber que o Aflatoun é muito grande. Eu já sabia que existiam outros grupos; fiquei até surpreso quando soube que existem em muitos países. Conversar com outro grupo foi muito bom para nós!” 

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