Quem mora fora do Brasil pode apadrinhar uma criança?

A busca por um futuro melhor passa por investir nas crianças, adolescentes e jovens de hoje. Isso muita gente, mas ainda poucas se dedicam a cuidar daqueles que não estão à sua vista. É natural que todo devotamento e cuidado se dê aos filhos, sobrinhos mais próximos, netos… Mas olhar para o planeta do amanhã, passa por ajudar crianças e jovens que nem sempre estão próximas de nós, mas que enfrenta dificuldades como privação de água potável, insegurança alimentar, falta de acesso à saúde e educação, por exemplo.

Por isso, quando se fala em imaginar um planeta melhor, precisamos estender nosso olhar para além do nosso bairro, cidade, estado (e, por não?) país! Sim, graças à internet, ajudar a transformar a realidade de locais tão distantes de nós se tornou bem possível – entenda melhor essas possibilidades de ajuda, lendo o post Guia completo de doação pela internet. E você pode se peguntar: “Mas com uma doação simples eu posso mudar o mundo”. A resposta é sim e nós explicaremos melhor isso.

Apadrinhamento financeiro: sinônimo de compromisso

Uma maneira de transformar a doação financeira em impacto social garantido é o apadrinhamento financeiro. Modalidade disponível pelo ChildFund Brasil, essa ajuda valiosa é uma maneira encontrada por pessoas altruístas que desejam ajudar de imediato e não possuem a disponibilidade de tempo ou residem próximo de crianças que necessitam da ajuda.

Nela, o padrinho ou madrinha (como são gentilmente chamados os doadores) se dispõe a investir um valor mínimo de R$ 67,00 mensais na organização social que possuem esses programas. Esse valor vai para um fundo coletivo que é investido em melhorias sustentáveis de impacto e de longo prazo, na comunidade da criança apadrinhada. Só para se ter uma ideia, isso inclui oferecer cuidados de saúde, nutrição, educação, água potável e acesso a oportunidades para que virem protagonistas de suas vidas.

Essa modalidade permite também ir além do apoio financeiro. Caso o doador deseje, ele pode trocar cartas com seu afilhado ou afilhada, telefonar e até visitar pessoalmente essa criança — uma maneira de transmitir a ela bons valores e criar um vínculo de afeto.

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Mas isso não é adoção?

Não, é bem diferente. O apadrinhamento financeiro é um compromisso mantido para ajudar uma organização social a transformar comunidades com grandes demandas sociais, onde residem crianças e jovens, dando-lhes oportunidades de sonhar com um futuro melhor. Por isso, o vínculo afetivo mantido (que é o contato com crianças e jovens) é opcional, mas altamente recomendado, como diz o Guia do Apadrinhamento.

A outra modalidade disponível é o apadrinhamento afetivo. Nesse caso, há a possibilidade de o padrinho ou madrinha auxiliar o resgate do convívio familiar de crianças e adolescentes que estão em situação de abrigo. Isso contribui decisivamente para que esse menor de idade frequente outros ambientes, por meio de passeios e outras atividades que o façam conhecer valores que favoreçam sua formação.

  • O apadrinhamento afetivo permite ainda que o padrinho ou madrinha frequente a escola da criança ou adolescente, participando efetivamente da rotina deles. É válido lembrar que esse projeto não implica em nenhum vínculo jurídico (adoção). Se quiser compreender melhor essas diferenças entre o apadrinhamento financeiro e apadrinhamento afetivo, dê um pulo em um post específico que escrevemos sobre o assunto.

E mesmo do exterior, posso ajudar uma criança brasileira?

Sim, pode sim! Os brasileiros que residem em outros países ou mesmo estrangeiros que falem a língua portuguesa podem se tornar padrinhos ou madrinhas por duas formas de contato (apadrinhamento@childfundbrasil.org.br) ou pelo telefone 0300 313 0110. A contribuição pode ser feita por cartão de crédito ou débito automático. Aos demais estrangeiros, o procedimento é procurar um dos escritórios internacionais do ChildFund Alliance, para obter mais informações. Existe também a opção de apadrinhar uma criança brasileira através do site do ChildFund Internacional.

Por quanto tempo dura esse compromisso?

A recomendação do ChildFund Brasil é para que esse vínculo se estabeleça até aos 24 anos (que é a idade estabelecida pela ONU como sendo o fim da juventude). Mas essa não é uma condição obrigatória, é apenas uma recomendação. Dessa forma, é possível investir e preparar bem aquele jovem para que consiga uma inserção no mundo do trabalho. Os fatores que levam o apadrinhamento a permanecer até essa faixa etária são:

  • Dificilmente a escola deixa as pessoas prontas para o mercado de trabalho aos 18 anos;
  • Concluiu-se que a inclusão socioeconômica desse indivíduo, desse sujeito de direito, acontece com mais força dos 18 aos 24 anos;
  • Os jovens da faixa etária de 18 a 24 anos são claramente vulneráveis;
  • Questão do corpo: aos 18 anos, o processo de formação do corpo ainda não terminou;
  • Questão das drogas: o público-alvo são os jovens dessa faixa etária;
  • Questão da violência: é a faixa etária que tem maior mortalidade por armas de fogo;
  • Esta é uma faixa etária carente de uma boa formação para a vida, voltada para a cidadania, os direitos e deveres, para o empreendedorismo, mercado de trabalho, cultura de paz, estratégias, redução de danos, saúde sexual e reprodutiva, relações de gênero, dependência química, e outros temas do tipo. É só nesta idade que poderemos abordar estes assuntos de forma mais profunda;
  • Dos 18 aos 24 anos os jovens têm propriedade para falar e, principalmente, ouvir;
  • Concluímos que é uma ruptura dolorosa para ambas as partes. Então, estender o apadrinhamento até os 24 não é apenas prolongá-lo, mas é poder trabalhar uma transição para uma relação mais madura.

Há histórias de transformação de apadrinhamento financeiro internacional?

Sim, várias delas. Uma que nos toca bastante é a história da Tatiana Viana Fontenele, que nasceu em Fortaleza, no Ceará. No inverno de 1986, quando tinha apenas 5 anos de idade, recebeu a notícia que foi inscrita no programa de apadrinhamento e foi escolhida por um casal que residente em Portland, no condado de Oregon, nos Estados Unidos.

“Eles me acolherem com muito amor evidenciado a cada troca de cartinha. E como eu amava escrevê-las. Parecia que um mundo novo me enxergava naquele momento. Pessoas que nem me conheciam acreditam em mim e no meu potencial”, relembra a troca de mensagens que tinha com eles.

 Esse sentimento se transformou em ação afetiva a partir dos programas e projetos que o ChildFund Brasil implantou na comunidade que Tatiana residia, graças ao apoio do casal. “Participei de formações, palestras educativas, cursos de iniciação profissional, sempre junto a minha irmã mais nova que mesmo sem ter padrinho era assistida da mesma forma em todas as ações sociais promovidas. Minha mãe também trouxe para dentro de casa um enorme ganho por sua participação no Projeto”.

Toda essa atenção a faz retribuir hoje a outras crianças que precisam do apoio. Colaboradora ativa do ChildFund Brasil, há 9 anos assumiu a responsabilidade de liderar um projeto social, articulando novas parcerias e incentivando a gestão comunitária dentro da organização social. “O ChildFund Brasil e o Projeto Guadalajara estão diretamente registrados em minha história de vida. Hoje, mãe de duas crianças, me sinto feliz de poder compartilhar informações com meus padrinhos de outrora, o quão grata sou por tudo que essa corrente de amor transformou e coloriu minha vida”.

Além dessa história, você pode ler nesse link uma emocionante carta compartilhada por um padrinho que reside no exterior. Outra história emocionante, já narrada aqui no blog, foi a visita de um padrinho norte-americano a uma afilhada, dentro dos padrões de segurança do ChilFund Brasil. O ainda entender melhor a história dessa alemã que, há nove anos, se dedica a ajudar a afilhada brasileira a garantir um futuro melhor.

Outras que evidenciam a emoção desse nobre gesto podem ser lidas no ebook gratuito “História de transformação”. Ficou com alguma dúvida sobre como funciona o apadrinhamento financeiro internacional? Deixe nos comentários abaixo que iremos responder o quanto antes 🙂

Até o próximo post!

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ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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