Psicologia da criança: conheça as necessidades emocionais infantis

Nem todo mundo sabe, mas é na infância que começamos a desenvolver a forma como nos relacionamos com o mundo — e é nesse período que podemos passar por situações traumáticas, que podem levar a problemas como: ansiedade, raiva, culpa e inibição. Não é a toa que a psicologia da criança é uma das áreas mais estudadas atualmente.

Muito se fala em inteligência emocional, mas pouco se pratica. Afinal, nem todas as crianças possuem acesso a um lar estável, com direito a afeto, atenção e cuidados básicos. A carência afetiva também é um tipo de problema socioeconômico e que deve ser combatido para termos uma sociedade mais justa e correta.

Quer saber mais sobre essa questão e entender de que forma o abandono e lares instáveis podem contribuir para problemas emocionais? Continue a leitura!

Por que a psicologia da criança é um assunto importante?

Diante de tantos problemas socioeconômicos, muitas pessoas podem pensar: afinal, por que eu devo me preocupar com as necessidades emocionais das crianças? Não é mais sensato garantir que elas tenham direito à alimentação, moradia e estudo?

Realmente, crianças em situação de vulnerabilidade precisam de apoio financeiro para terem suas necessidades básicas atendidas. Mas não é só disso que elas precisam.

Para podermos nos desenvolver plenamente e sermos adultos saudáveis e funcionais, é essencial que as nossas necessidades também sejam atendidas durante a infância. É nesse período da vida que a forma de se relacionar com o mundo está sendo moldada, por meio dos exemplos que recebemos da nossa relação com os adultos.

Consequências da carência afetiva

Viver em um lar com carinho, atenção e afeto é essencial para que as emoções sejam vivenciadas de forma correta e para que essa criança possa se expressar livremente. Assim é garantido que, ao chegar à adolescência, esse jovem consiga falar abertamente dos problemas que o aflige e compreender melhor a sua personalidade e necessidades.

A carência afetiva é um dos principais problemas vivenciados pelas crianças em situação de vulnerabilidade. A falta de carinho e cuidado pode levar a dificuldades de expressar esse sentimento no futuro, à violência, raiva, instabilidade emocional e baixa autoestima também.

Além disso, crianças carentes estão mais suscetíveis a se tornarem jovens problemáticos, aproximando-se de pessoas mal-intencionadas ou buscando aceitação em grupos, como as gangues. Outra situação recorrente é o abuso de drogas e de álcool, como uma maneira de aplacar esse sentimento de angústia e desamparo.

Crianças são capazes de compreender o que acontece ao seu redor

Engana-se quem pensa que as crianças são incapazes de compreender o que acontece ao seu redor. Segundo a psicologia da criança, desde bebês já somos capazes de sofrer com a indiferença, a falta de atenção ou a raiva.

Embora seja somente a partir do final da idade pré-escolar (por volta dos 5 ou 6 anos) que a criança comece a demonstrar que não está sendo bem tratada emocionalmente. Por tudo isso, considerar também a psicologia da criança e as suas necessidades básicas é essencial na hora de promovermos uma melhor qualidade de vida para os jovens, buscando desenvolvê-los de forma completa.

psicologia da criança

Quais as necessidades emocionais infantis?

É preciso compreender que os maus tratos vão além do abuso físico. É essencial que toda criança se sinta amada pelos pais e adultos próximos, recebendo atenção, carinho e sentindo-se querida, em uma família que a ama e que deseja a sua felicidade.

Infelizmente, essa não é a realidade de muitas crianças carentes do nosso país. Não se atentar para as necessidades emocionais infantis também pode ser um causador de problemas socioeconômicos graves, como a violência e o tráfico. Abaixo, veja as necessidades básicas de todas as crianças segundo a psicologia da criança:

1- Necessidade de afeto e atenção

Sentir-se amada e querida é essencial para que qualquer criança consiga lidar com a sua realidade e desenvolver-se bem psicologicamente. É fundamental que os pais ou cuidadores tenham tempo para brincadeiras e momentos de interação com a criança, ouvindo o que ela tem a falar e estimulando-a a se expressar livremente. A partir desse contato afetivo que a criança se torna mais feliz, exercita a sua sociabilidade, constrói sua autoestima e aprende a se relacionar com as outras pessoas.

2- Necessidade de segurança e de limites

Educar e amar também envolve impor regras e limites, ensinando a criança quais são os comportamentos aceitáveis para uma vida sadia em sociedade. Por isso, saber dizer “não” também é essencial.

Em geral, é recomendado que o “não” seja acompanhado de uma explicação dos motivos daquela reprimenda, fazendo com que a criança sinta-se segura por poder contar com alguém que lhe oriente. Limites claros ajudam a criança a compreender o que é esperado dela, além de ajudar na sua formação, estimulando-a a buscar soluções para seus problemas e preparando-a para o futuro. Uma criança que possui limites claros e definidos consegue se tornar um adulto capaz de entender as regras da sociedade, de se portar de maneira íntegra e de se sentir seguro das suas próprias escolhas.

3- Necessidade de estímulos

Para que uma criança se desenvolva plenamente, é essencial que ela esteja cercada de bons estímulos que lhe transmitam segurança e que desenvolvam as suas potencialidades. É por meio de tentativas e erros que fortalecemos a nossa autoestima, tornando-nos adultos independentes e confiantes.

Quando somos crianças, não temos noção da nossa autoimagem, que é criada totalmente a partir das impressões dos adultos com quem convivemos. Por isso, as atitudes de rejeição podem deixar marcas profundas na nossa psique.

Assim, para que uma criança se desenvolva de forma plena e feliz, é essencial que existam adultos próximos, capazes de ouvir o que ela está dizendo, valorizar seus esforços e compreender seus questionamentos. Também é essencial guiá-la no seu desenvolvimento emocional, garantindo que haverá amor, carinho e compreensão.

Caso essas necessidades não sejam atendidas

De acordo com a psicologia da criança, se esses cuidados não forem tomados essa criança poderá se tornar um adulto com carências afetivas e emocionais. Essa característica pode levar a problemas graves de autoestima, respeito às regras, convivência, autoconfiança e outras questões mais sérias, como transtornos de ansiedade, acessos de raiva e depressão, por exemplo.

Como atender às necessidades das crianças?

Infelizmente, é impossível garantir que todas as crianças se desenvolverão em lares capazes de atender às suas necessidades emocionais, já que mesmo jovens que não estão em condições de vulnerabilidade social, podem ter problemas como os que citamos. Porém, nos casos das crianças de comunidades carentes, essas questões são, geralmente, mais pronunciadas.

Isso porque, muitas vezes, elas pertencem a lares desestruturados também emocionalmente, não sendo fruto de uma união estável e, muitas vezes, sequer sendo desejadas ou queridas. Para evitar que elas se transformem em jovens e adultos problemáticos, é muito importante o trabalho de instituições sérias que atuem de maneira a propiciar um ambiente saudável. Assim, é possível atender às necessidades das crianças e ajudá-las a se tornarem pessoas saudáveis psicologicamente.

No Childfund Brasil, são desenvolvidos vários projetos e programas que visam fortalecer os vínculos emocionais com adultos capazes de atender às suas necessidades, como o apadrinhamento, a sustentabilidade dos lares e a integração entre escolas e famílias. Portanto, na hora de escolher a instituição que você deseja ajudar, procure saber também sobre os projetos e programas que visam dar sustentação à psicologia da criança.

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ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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