Aprendendo com amor: o que é parentalidade positiva

A parentalidade positiva é uma das vertentes utilizadas no processo de desenvolvimento educativo da criança, que consiste em implementar uma educação firme, porém gentil. A regra aqui é buscar um equilíbro, ou seja, não se deve tratar a criança com autoritarismo, mas também não se pode exagerar na permissividade.

A principal característica da parentalidade positiva é dar uma maior autonomia para a criança, permitindo com que ela aprenda com os próprios erros e acertos. O adulto continua a ser a referência no processo, mas trata-se de uma relação pautada na comunicação e na compreensão, e não no autoritarismo tão comumente observado na educação de crianças. O amor é um professor muito mais competente do que o medo!

À criança, é dado o direito de tomar pequenas decisões, o que por si só já pode ensinar sobre as consequências de seus atos, contribuindo para a formação de um cidadão muito mais consciente acerca de seus direitos e deveres. A parentalidade positiva ensina não apenas os pequenos, mas também os adultos, que entendem que o respeito é uma via de mão dupla quando se trata de crianças.

Muitos pais e mães acreditam que o reforço positivo é uma boa forma de educar, mas outras linhas de pensamento acreditam que as ações da criança são expressões físicas de seus sentimentos. Dar foco apenas em elogiar atitudes consideradas corretas e repreender atitudes consideradas erradas pode não ser a melhor abordagem. O ideal é sempre buscar entender o que está por trás das atitudes da criança. Nessa hora, o diálogo é muito importante, bem como a paciência.

Muito reforço positivo pode fazer com que a criança cresça com vício em aprovação externa, o que não é ideal. A alternativa para esses elogios constantes é o elogio descritivo. E como isso funciona? É simples: quando a criança realiza uma ação positiva, o ideal é descrever a ação em detalhes para que ela entenda o que fez de certo e se sinta realmente valorizada.

Quais são os benefícios do elogio descritivo?

São inúmeros! Abaixo, vamos listar alguns deles.

– Favorecimento do desenvolvimento de sentimento de autoestima e confiança;

– Aumento do interesse por determinada atividade que a criança está aprendendo;

– Maior possibilidade da criança se adaptar a mudanças e a contextos novos;

– Melhora da relação entre pais e filhos;

– Redução da ocorrência de comportamentos indesejáveis;

– A criança se sente mais amada e admirada, o que faz toda a diferença em sua saúde mental a curto e longo prazo.

Mas como a parentalidade positiva funciona na prática?

Pode ser um enorme desafio à primeira vista, já que há a tendência de confundir amabilidade com permissividade e firmeza com autoridade.

Amabilidade não significa ceder a tudo e nem superproteger; e a firmeza também não significa impor ordem com grosseria.

Educar com amor significa respeitar a criança e também a si mesmo. Já a firmeza deve ser utilizada para guiar a criança em busca de soluções, estimulando autonomia.

De acordo com o material “Guia da Família“, produzido por meio da política pública de promoção do desenvolvimento integral na primeira infância, o Primeira Infância Melhor, existem algumas formas de garantir esse desenvolvimento de forma saudável e feliz.

– A sua voz deve ser suave e demonstrar carinho. Não grite, mesmo quando a criança fizer algo errado ou quiser algo que não pode ser dado. Se possível, explique de forma adequada para a idade o porque tal atitude é errada e porque você não pode lhe dar aquilo.

– Não faça promessas que não possa cumprir para não gerar frustração e para que a criança não perca a confiança em você.

– No momento em que a criança for brincar com outras, é primordial que seja ensinada sobre a importância de emprestar ou compartilhar os seus brinquedos, aprendendo desde cedo sobre cooperação. É importante salientar que, até certa idade, a criança ainda não está pronta para dividir seus brinquedos e objetos preferidos, principalmente quando se trata de outra criança a quem ela acaba de conhecer. Deve-se sempre ensinar a dividir, mas nunca forçar o ato. Lembre-se: um dos principais conceitos da parentalidade positiva é o respeito pela individualidade da criança, ou seja, tratá-la como gostaríamos de ser tratados.

– As crianças já conseguem fazer muitas coisas de forma independente – ou estão no caminho para tal. É essencial que os pais os deixem fazer e os incentive a autonomia, mesmo que errem, ajudando-os somente quando for necessário.

– Reforce na construção de boas relações de convivência a importância do “obrigado” e “por favor”.

– Ensine, com carinho, que é preciso sempre recolher o que deixou no chão e guardar os seus brinquedos, reforçando o seu senso de responsabilidade.

– A brincadeira deve ser sempre estimulada, pois trata-se de uma das partes mais importantes da infância. Por isso, para ajudar no seu desenvolvimento e diversão, deixe a criança criar suas próprias brincadeiras, mas também se junte e brinque junto com certa frequência. Brincar em família cria memórias especiais, estimula sua criatividade e iniciativa.

– Além desses jogos, recomendamos brincadeiras com cordas, caixas e bolas. Estas brincadeiras ajudarão a criança a crescer e a se desenvolver melhor.

– Lembre-se de que o esforço é mais importante que o resultado.

– Se for elogiar, descreva bem. Assim, você demonstra para a criança exatamente qual é o comportamento que você está valorizando.

Dessa forma, criando com amor, empatia, otimismo, paciência, comunicação ativa e resiliência, garantimos um futuro com adultos mais saudáveis e cientes de seu papel no mundo!

O amor, com toda a certeza, transforma a infância de uma criança!

E quando a situação foge do controle?

Para compreender melhor uma criança, antes deve-se considerar que se trata de um pequeno ser humano em formação, e isso também inclui a forma como ela expressa seus sentimentos. Birras e choros não são punições direcionadas de maneira pessoal para atingir o adulto, mas sim uma forma de lidar com a frustração sentida no momento.

Uma criança não possui ou não entende muitos recursos emocionais, e acaba reagindo de maneira explosiva em situações de estresse. Cabe ao adulto compreender o que essa criança está sentindo, e conduzir a situação se utilizando da razão. Observemos os bebês, por exemplo, que choram ao sentirem fome, sono e cansaço.

Uma forma recomendada de lidar com essas situações é validar os sentimentos da crianças, deixando claro que você entende que ela está nervosa e que há motivos para isso, mas ao mesmo tempo é preciso desviar o foco da criança para outra atividade. Uma boa dica é sugerir novas brincadeiras para que ela se ocupe. Isso, é claro, a depender do motivo causador do estresse.

Quando no momento da birra a criança fica fora de si, a abordagem é outra. Ela estará tão nervosa que não terá condições de exercer a escuta, portanto, a compreensão e acolhimento se tornam indispensáveis. Uma boa ação é pegar a criança no colo e levá-la para outro lugar, abraçando-a e reconfortando-a com um tom de voz suave, o que fará com que ela se acalme aos poucos.

Não será sempre fácil exercer a parentalidade positiva, mas a recompensa virá quando a criança se tornar um adulto muito mais seguro com os seus próprios sentimentos.

Sobre o ChildFund Brasil

Um dos intuitos do ChildFund Brasil é garantir uma infância saudável e feliz para as crianças.

Somos uma agência de desenvolvimento social que, por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais, transforma a vida de milhares de crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social.

Nosso intuito é auxiliar as crianças na busca por sua autonomia e bem-estar, para que tornem-se adultos capazes de liderar mudanças positivas e sustentáveis para o mundo!

Para isso, nossos projetos sociais são desenvolvidos com o envolvimento das famílias, das comunidades e da sociedade, na criação de ambientes de proteção, cuidado e empoderamento das crianças e adolescentes.

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ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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