Mudança de vida

A emoção de ser um padrinho ou uma madrinha se apresenta de formas diferentes para cada um. Veja o belo depoimento dessa madrinha e veja as mudanças que esse simples ato de desprendimento e amor pode provocar.

“O que tem significado para mim ter apadrinhado uma criança através do ChildFund Brasil? Demorei, mas hoje é um dia especial pra mim. Seria aniversário da minha amada Vovó Stela, que não está mais entre nós, e me vi num saudosismo, mas ao mesmo tempo numa segurança enorme para escrever este depoimento.

Através de um ex-colega de trabalho que hoje pertence ao ChildFund Brasil, conheci o projeto em uma rede social da qual ambos fazemos parte e aquilo me intrigou. Resolvi acessar o site e buscar saber mais coisas sobre aquele universo.


Eu estava em um momento muito delicado, passando por muito estresse no trabalho, acabara de descobrir que talvez eu não possa um dia gerar um filho, enfim, eu andava emocionalmente abalada. Mas a vida me deu muita coisa. Deu-me um marido amoroso, um pai carinhoso, uma família digna de todas as honras e eu pensava: “Tem gente que sofre ainda mais que eu…”

Resolvi escolher a criança aleatoriamente: fui passando o mouse de olhos fechados pelo monitor e uma hora resolvi parar. Parou na foto de uma menino chamado Fernando. Achei que eu estaria fazendo uma caridade e que com isso minha dor seria amenizada (afinal, para uma mulher que tem 34 anos descobrir que talvez não possa ser mãe biológica, não é algo que se digere da noite para o dia).

Isso foi em setembro do ano passado. Bom, o fato é que o estresse do trabalho só aumentou, enquanto a dor quanto à maternidade diminuiu e em janeiro desse ano, recebi uma cartinha do Fernando. Uma carta simples, redigida com um português típico das crianças que recebem educação pública em nosso país, mas melhor do que eu esperava. Pouquíssimos erros e uma letrinha redonda que me remeteu a uma ternura

E aí vi quão errada eu estava. Não era eu que estava fazendo caridade. Estava sendo ajudada. E a partir daí, tomei várias decisões: vou mudar de trabalho, voltar a praticar meu inglês, cuidar mais da minha saúde e buscar trabalhar em algo de que goste (mesmo que me remunere menos), comprar um cachorrinho, fazer uma segunda lua de mel com meu marido em maio.

A carta dele datada como 10/01/2012 foi um marco pra mim.
Vou agora também estreitar meu relacionamento com ele, sei que me fará ainda muito mais bem do que imagino. Convido todos a fazerem o mesmo.

Vocês verão que a gente ajuda, é óbvio, mandando dinheiro. Mas somos muito mais ajudados por algo que não se compra: amor, carinho, ternura e solidariedade!!!

Naterce Rangel Macedo de Castro”



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