Mais barato para quem?

 

Preços baixos podem custar caro para infância.

Qual a fórmula mágica dos produtos com preços super baixos, tão baixos que não conseguimos imaginar como estão pagando pela matéria-prima, trabalhadores, impostos, logística etc?

Um dos custos mais altos de produção é o trabalho e uma das formas ilícitas que empresas usam para diminuir drasticamente o custo de um produto é o uso do trabalho infantil. É justo crianças pagarem pela sua pechincha? Porque o valor alto quem está pagando são as crianças que estão fora da escola ou com problemas no desempenho escolar, carregando uma responsabilidade muito maior que deveriam nesta idade, exercendo atividades inadequadas para suas estruturas físicas e psicológicas, colocando em risco saúde, segurança e vidas. Entre 2007 e 2013, 13.730 crianças e adolescentes se acidentaram e outros 119 morreram trabalhando.

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12 de junho é o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil e, em parceria com a agência New360º, o ChildFund Brasil lança a campanha: “Preços baixos podem custar caro para crianças”.

Nosso país tem hoje mais de 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil. Este número representa 8% de toda população brasileira nesta faixa etária.

O Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador define como trabalho infantil toda forma de atividade econômica ou de sobrevivência, remunerada ou não, realizada por crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 anos, com exceção do aprendiz, a partir dos 14 anos.

Entre 14 e 16 anos, o trabalho é permitido no Brasil somente na condição de aprendiz, que combina a frequência escolar com o desenvolvimento de uma profissão de forma supervisionada. A partir dos 16 anos, o trabalho é permitido, mas o jovem não pode trabalhar à noite ou desempenhar atividades de risco. Somente a partir de 18 anos que o jovem está liberado para trabalhar com qualquer ofício.

Crianças e adolescentes trabalham principalmente para sustentar a si e a sua família. Segundo o Observatório da Infância, 69,2% trabalham em atividades não-agrícolas. Como é um trabalho ilegal, em sua grande maioria, as criança desempenham atividades perigosas e insalubres.

Nos últimos 20 anos, o Brasil avançou bastante no combate ao trabalho infantil. No entanto, com a recente crise econômica e aumento do desemprego, há uma tendência de aumento do uso ilegal de mão-de-obra infantil. Fique atento e disque 100 para denunciar sempre que suspeitar de uma situação de exploração de crianças e adolescentes. É um dever das famílias, do estado e de toda sociedade civil garantir os direitos das crianças.

 

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