Internet segura: como prevenir violências em ambientes on-line

O Dia Internacional da Internet Segura, conhecido pelo projeto Safer Internet Day, é celebrado no dia 7 de fevereiro. A data visa ressaltar a importância da internet segura no cotidiano, principalmente quando o assunto é o acesso das crianças e adolescentes a esse recurso.Tornar a internet segura é uma prioridade para todos, principalmente quando se considera que muitas crianças utilizam o meio todos os dias. Durante a pandemia, aulas remotas reforçaram ainda mais esse contato dos pequenos com a tecnologia, se tornando essencial para que sua educação continuasse, mesmo durante a quarentena.

O número de acessos de crianças e adolescentes à internet vem crescendo cada vez mais, e a tendência é que esse número continue em ascensão, afinal, a internet já está integrada ao cotidiano das pessoas.

Segundo o TIC Kids Online Brasil, nove em cada dez crianças e adolescentes são usuárias de internet, e 93% das crianças e adolescentes do país que consomem internet têm entre 9 e 17 anos, correspondendo a 22,3 milhões de pessoas, informou o artigo no site Agência Brasil.

O meio virtual é introduzido desde cedo na vida das crianças, seja por meio de jogos, assistindo a vídeos ou até mesmo ao realizar pesquisas. Os pequenos já crescem com o costume de se conectar ao mundo online, e essa introdução à internet está acontecendo cada vez mais cedo no desenvolvimento da criança.


Mas qual o problema que isso pode causar?


A internet tem o seu lado positivo. Com ela podemos nos conectar com pessoas do mundo todo, além de conseguir informações sobre qualquer assunto com apenas um clique, porém, essa conexão também deixa as crianças vulneráveis à violência e ao assédio. Tornar a internet segura não é uma tarefa fácil, mas se faz cada vez mais uma necessidade para que os pequenos possam desfrutar das vantagens da rede sem que corram riscos.Crianças e adolescentes têm acesso a aparelhos eletrônicos desde o começo de seu desenvolvimento, garantindo seu ingresso ao mundo virtual, outro motivo para que a internet segura seja uma questão tão urgente. O Gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, informou que as plataformas de criação e compartilhamento de conteúdo estão entre as mais utilizadas pelas crianças e adolescentes. Sendo, em maioria, o acesso feito por meio de celulares.

Conectar-se ao mundo virtual é uma prática com suas vantagens, mas é necessário aplicar cautela ao introduzir menores de idade à internet. Quando se trata dos pequenos, é necessário ainda mais atenção ao que está sendo acessado ou pesquisado, para terem acesso a uma internet segura e ficarem longe de situações como a violência online.


Quais as formas mais comuns de violência digital?

 

A violência digital pode ser realizada de diversas formas, e um fator que todos têm em comum são os danos psicológicos que podem ser causados por essas práticas. Algumas formas mais comuns de violência virtual são:

  • Assédio: Dá-se pelo envio de mensagens repetidas a um indivíduo, gerando desconforto, por meio de mensagens ofensivas, desde insultos, apelidos ou boatos.

  • Stalking: Comportamento obsessivo em que uma pessoa, seja desconhecida ou não, busca monitorar as atividades de uma pessoa, querendo chamar atenção de maneira que gere medo ou apreensão.

  • Cyberbullying: Ocorre quando uma pessoa é vítima de algum tipo de violência por parte de um indivíduo ou grupo, por meio de apelidos ou imagens que podem causar certo constrangimento.

O cyberbullying, principalmente, é um problema grave no Brasil, que é considerado o 2º lugar em casos dessa prática no ranking mundial, uma estatística alarmante que mostra a importância em garantir uma internet segura para nossos jovens. Segundo o sociólogo Paulo Niccoli Ramirez “Enquanto os jovens de hoje aprendem sobre aceitação e igualdade, eles são expostos a uma enxurrada de exemplos de intolerância nas redes, e precisam pesar quando ainda estão desenvolvendo essa capacidade”.

Isso mostra que a promessa de anonimidade na internet, bem como a ideia de que a internet não é o “mundo real”, são motivos que tornam evidente a vulnerabilidade das crianças nesse ambiente. Tornar a internet segura é demonstrar que o que acontece no ambiente digital tem consequências reais, bem como eliminar a noção de que a lei não se aplica à violência cometida na internet. Denunciar quem comete esse tipo de assédio é um passo adiante para a resolução do problema.

Outras formas de violência digital incluem a criação de perfis falsos, bem como a divulgação de imagens íntimas e a exposição de conversas pessoais. Uma pesquisa feita pelo IBGE em 2021 demonstrou que um em cada dez adolescentes já sofreu com agressões pela internet, cerca de 13% desse demográfico. Separando essa estatística por gênero, é possível observar que 16,2% das meninas já foram alvos de cyberbullying, enquanto 10,2% dos meninos sofreram com esse tipo de ataque.

A intercessão entre a infância e o gênero feminino intensifica a vulnerabilidade no ambiente digital, e o mesmo pode ser observado com minorias. É aí que se torna mais expressiva a importância do respeito ao próximo na criação de uma internet segura.


Como ensinar a criança ou adolescente a ter acesso à internet segura?

 

Todo cuidado é pouco, principalmente quando se trata de crianças e adolescentes. É importante ter cautela e diálogo para que o pequeno entenda os riscos da internet. Veja algumas dicas que podem te ajudar:

  • Busque orientar sobre os riscos de se manter contato com pessoas desconhecidas e acessar links suspeitos;
  • Ensine que não se deve compartilhar informações pessoais, como: nome, telefone e endereço, para qualquer um;
  • Oriente sobre a importância de se ter respeito mesmo que em meios tecnológicos, afinal, apesar de ser através de telas, as interações na internet ainda são entre pessoas;
  • É necessário frisar a importância de não compartilhar nada que gere ofensas ou desconforto em outras pessoas;

uso de telas por crianças muito pequenas também deve ser moderado, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria. A criação de redes sociais para crianças muito jovens é uma abertura gigantesca para os casos de violência online, pois elas ainda não têm conhecimento sobre as ameaças que o uso da tecnologia pode causar, e são ameaças à internet segura.

A responsabilidade de tornar a internet segura é de todos, mas quando falamos de crianças e adolescentes, cabe principalmente aos pais ou responsáveis a atenção e conscientização sobre os perigos que o meio virtual pode trazer.

O guia “Internet Segura” realizado pelo cert.br, nic.br e cgi.br é repleto de dicas valiosas para que crianças e adolescentes saibam como utilizar a internet de forma segura, apresentadas de forma ilustrada e divertida, com exercícios para ajudar a criança a colocar o que ela aprendeu em prática.


O ChildFund Brasil

 

Somos uma organização sem fins lucrativos que apoia crianças e adolescentes para que elas mesmas transformem suas próprias vidas no futuro. Além da proteção infantil, atuamos em projetos sociais com atividades que envolvem conhecimentos sociais, segurança alimentar, empreendedorismo, educação financeira e até mesmo preparo para o mercado de trabalho.

Nosso trabalho é feito através de apadrinhamento, na qual a pessoa escolhe uma criança por meio de sua história de vida e contribui mensalmente para fundos coletivos que financiam os projetos nos quais atuamos.

Faz parte da nossa missão valorizar, promover e proteger o valor e o direito das crianças e adolescentes. Uma das maneiras de atuarmos é realizando advocacy.

Os 3 principais pilares dessa frente de trabalho são:

1 – Monitorar, promover e influenciar processos de geração e cumprimento de leis relacionadas à proteção infantil.

2 – Realização de campanhas que promovam a visibilidade e conscientização da importância em inserir a sociedade em temáticas da infância.

3 – Fortalecer alianças e a integração com o setor público, privado e organizações da sociedade civil.

O propósito principal é influenciar governantes, legisladores e a opinião pública a favor de medidas e mudanças que garantam os direitos e a proteção das crianças e adolescentes. Por isso, lançamos a campanha Criança é pra ser cuidada, com o objetivo de mobilizar toda a sociedade, a fim de prevenir violências contra crianças e adolescentes nos ambientes virtual e doméstico.

Nossa causa se estende à proteção dos jovens na internet. Acreditamos que um recurso tão importante quanto a rede não deve ser mantido fora do alcance dos jovens. É importante ensinar desde cedo uma relação saudável entre a criança e a internet, afinal, a rede ainda é uma forma instantânea e efetiva de conectar pessoas de todo o mundo.

Ao apoiar o ChildFund Brasil, você apoia as nossas ações a favor do fim da violência infantil, bem como a quebra do ciclo da extrema pobreza, violação de direitos infantis e outras situações que impedem as crianças de se desenvolverem de maneira plena e saudável. Saiba como apadrinhar uma criança aqui.

ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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