O futuro que queremos para o nosso planeta passa pelas mãos das novas gerações. Mas como pensar em um mundo melhor se ainda temos no Brasil 8 milhões de meninos e meninas até 14 anos em situação de extrema pobreza? Ou seja, uma parcela significativa de crianças e adolescentes sem acesso a alimentação adequada, educação, saúde e lazer… Esse dado do relatório “Cenário da Infância e Adolescência no Brasil”, divulgado em 2015, sinaliza para urgência de nos mobilizarmos para reverter essa situação — e, a partir daí, conseguir visualizar um futuro melhor para o nosso país.
É pensando em contribuir para mudar essa realidade que preparamos esse post. Trata-se de um Guia do Apadrinhamento, que detalha informações importantes e ainda pouco difundidas, para direcionar o esforço daqueles que vêm a realidade de crianças e adolescentes e se mobilizam de alguma forma para transformá-la. Spoiler: até o final, você ampliará a compreensão acerca do termo apadrinhamento e, certamente, uma dessas formas terá afinidade com você.
Bônus: Veja em apenas 5 passos como escolher a Ong que merece a sua confiança
Falando em apadrinhamento, o que é isso?
O ato de apadrinhar pode ser muito bem comparado ao exercício comprometido que um cidadão assume com algum menor de idade para dar-lhe condição necessária para sair daquela situação de privação. O nosso dia é tão corrido e poucas vezes paramos para refletir que a bens básicos que nem sempre damos o real valor faz falta para muita gente ainda.
Quer só um exemplo? A água potável! Segundo dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento Básico, 40 milhões de brasileiros não tem acesso a esse recurso precioso (sendo 19 milhões destes, vivendo em áreas urbanas, e os 21 milhões restantes, residindo em áreas rurais). A privação da água tratada, muitas vezes, é apenas um dos desafios pelos quais famílias de baixa renda atravessam. E, dessa falta, decorrem outros grandes problemas.
E você pode se perguntar: “o que isso tem a ver com apadrinhamento?!” Tudo! Porque apadrinhar representa esse nobre gesto de estabelecer um compromisso para melhorar a vida de menores de idade que sobrevivem numa vida cheia de privações. E existem várias maneiras de fazer isso e que não demandam grandes esforços ou dedicação de tempo.
E como funciona o apadrinhamento?
Quando se fala em estabelecer um compromisso de apadrinhamento, isso pode ser entendido (e executado de várias formas) — desde a doação financeira, desde o voluntariado, passando pela doação do seu tempo, da sua palavra ou mesmo do seu abraço. Por ser um gesto de amor, a atitude de apadrinhar pode se manifestar de formas bem variadas e com resultados incríveis, tanto para que é beneficiado quanto para quem toma atitude (falaremos mais adiante sobre isso).
Basicamente, vamos tratar de duas formas principais: o apadrinhamento financeiro e o apadrinhamento afetivo. E se engana quem pensa que em qualquer uma dessas saídas, haverá um esforço gigantesco, que beira a impossibilidade. É muito mais fácil e acessível do que se possa imaginar. Ah, e claro: absolutamente recompensador a quem se destina a essa atitude extraordinária.
Apadrinhamento afetivo não é adoção
Essa modalidade possibilita que um padrinho ou madrinha auxilie a resgatar o convívio familiar de crianças e adolescentes que estão em situação de abrigo. Dessa forma, oferece a possibilidade desse menor de idade se relacionar em outro ambiente. Ou seja, com passeios e outras atividades que o façam conhecer valores que favorecem sua formação.
Essa modalidade de apadrinhamento permite ainda que o padrinho ou madrinha frequente a escola da criança ou adolescente, participando efetivamente da rotina deles. É válido lembrar que esse projeto não implica em nenhum vínculo jurídico (adoção). As pessoas que se predispõem a esse nobre gesto recebem orientações e acompanhamento de uma equipe técnica, para que consigam construir os laços afetivos de forma consciente e saudável.
A seleção envolve, inclusive, uma visita técnica à residência e também o cumprimento de prerrequisitos (que vão desde a idade mínima de 21 anos até a disponibilidade para participar de reuniões e oficinas). Dessa forma, você estará contribuindo decisivamente para a reinserção desse menor, que passou por vários desafios na vida, para a sociedade, dando-lhes perspectivas de um futuro melhor e mais digno.
Apadrinhamento financeiro: muito mais acessível do que se imagina
Nesse caso, o apoio financeiro é um recurso importante que é investido em uma organização social de confiança. Inclusive, nós preparamos um ebook que orientar muito bem sobre quais cuidados você precisa ter ao selecionar uma ONG para destinar seus recursos (é um material gratuito, que você pode fazer o download acessando nesse link ).
O apadrinhamento financeiro é uma modalidade disponível pelo ChildFund Brasil. Essa é uma maneira encontrada por pessoas altruístas que desejam ajudar de imediato e não possuem a disponibilidade de tempo para o apadrinhamento afetivo (de que falamos há pouco). Nela, o padrinho ou madrinha se dispõe a doar um valor mínimo de R$ 67,00 mensais e esse recurso vai para um fundo coletivo que é investido em melhorias sustentáveis de impacto e de longo prazo, na comunidade da criança apadrinhada. Só para se ter uma ideia, isso inclui oferecer cuidados de saúde, nutrição, educação, água potável e acesso a oportunidades para que virem protagonistas de suas vidas.
Essa modalidade permite também ir além do apoio financeiro. Caso o doador deseje, ele pode trocar cartas com seu afilhado ou afilhada, telefonar e até visitar pessoalmente essa criança — uma maneira de transmitir a ela bons valores e criar um vínculo de afeto. Conheça os três passos para transformar a vida de uma criança em situação de pobreza com o apadrinhamento financeiro:
– Escolha: você pode selecionar pelo site o nome de uma criança ou adolescente, contendo ainda dados como idade e local.
– Efetue a doação: o ChildFund Brasil receberá seu donativo e aplicará em ações para transformar para melhor a vida de quem você selecionou. Prestará contas de maneira série e transparente do valor investido.
– Acompanhe: se desejar, você pode se corresponder com a criança ou adolescente que selecionou por meio de cartas, fotos, ligações e até agendar uma visita (falaremos melhor sobre isso mais adiante).
Dá uma olhada nessa página com formas de apadrinhamento financeiro
SUPER IMPORTANTE: As crianças que vivem nas comunidades atendidas pelo ChildFund Brasil são inscritas no programa de acordo com as demandas sociais e o número de vagas disponíveis. Dessa forma, após o registro, tanto a comunidade quanto a família, passam a ser beneficiados diretamente, com ações empreendidas a partir da prioridade elencada por comunidade. Para garantir esse trabalho bem aplicado, são feitas parcerias com organizações locais.
Tratam-se de entidades de caráter comunitário que, por meio de um convênio com o ChildFund Brasil, realizam em campo os objetivos definidos por nossos programas sociais. Dessa forma, são elas que envolvem a comunidade na eleição das prioridades a serem contempladas. Esse trabalho de parceria favorece que as necessidades reais delas sejam consideradas. É válido dizer ainda que a aplicação de recursos financeiro é rigorosamente aferida por auditorias internas e independentes, dando mais transparência a esse processo.
Há nesse link um ABC do Padrinho e da Madrinha, que pode ajudar a esclarecer outras dúvidas também.
Como saber se o recurso está sendo bem aplicado?
Além dos mecanismos de transparência que a organização social deve apresentar a você, uma das maneiras mais eficazes de acompanhar o resultado de sua doação, feita por meio do apadrinhamento financeiro, é manter contato com os seus afilhados. No ChildFund Brasil, por exemplo, essa atitude é encorajada, porém não obrigatória. Muitos padrinhos e madrinhas optam por esse caminho, justamente para aferir se o recurso destinado está sendo bem empregado.
Veja três caminhos possíveis para manter contado sua afilhada (o):
– Visita: elas podem ser agendadas com um mês de antecedência, sempre respeitando a disponibilidade da criança. Esses encontros são realizados em locais públicos, acompanhados de um funcionário da Organização Parceria ou do próprio ChildFund Brasil (ambos treinados e comprometidos com a Política de Proteção à Criança). Esses encontros contam ainda com a presença da mãe, pai ou responsável. Aqui nesse link você pode encontrar mais informações sobre o que pode ou não ser feito para que esse momento se torne especial e a ocasião inesquecível.
– Cartas: pela própria internet ou por uma carta escrita a mão, você pode enviar uma correspondência ao seu afilhado, contando o que os motivos que o levaram a se tornar um padrinho e trazendo palavras de incentivo para que a criança permaneça estudando, seguindo em seus sonhos, para alcançar um futuro promissor.
– Presentes: em ocasiões especiais (como aniversário do afilhado, dia das crianças ou mesmo festejos do fim de ano), é comum os padrinhos enviarem um presente. Nesses casos, em 45 dias após o envio da lembrança, os padrinhos recebem uma carta de agradecimento. O envio de presentes pode ser feito de três formas: doação financeira para a família da criança, a compra de um presente na cidade onde o afilhado reside ou mesmo com envio de brinquedos e roupas.
Há uma página no site da entidade que traz relatos emocionantes, tanto de padrinhos, quanto de afilhados. Vale destacar ainda que uma das premissas de trabalho do ChildFund Brasil é a transparência, prestando contas aos colaboradores do valor investido e, sobretudo, apresentado os resultados eficazes das ações empreendidas — um compromisso assumido desde o início das operações aqui no país, em 1966. No ano passado, os resultados positivos não foram diferentes. Você pode navegar pelas 52 páginas do Relatório Integrado da organização social e conferir de perto o resultado da sua confiança depositado nela.
Benefício em dose dupla
É unânime a opinião de quem contribui com uma das modalidades que indicamos: seja no apadrinhamento financeiro, seja no apadrinhamento financeiro. A gratificação é tamanha que não é raro ouvir que os benefícios da mudança interferem diretamente na vida de quem realiza esse ato altruísta. Dá para mensurar a felicidade que é ouvir que uma pessoa teve sua vida transformada graças ao seu gesto?
Convidamos você a baixar um ebook que traz histórias de transformação, que foram possíveis graças ao empenho de pessoas que foram conectadas pelo ChildFund Brasil. Ali, contamos a trajetórias de brasileiros a exemplo de Alda, Tatiana, Zé Teixeira e Mikael. Ao verem como suas vidas se transformaram a partir de um gesto tão incrível quanto o do apadrinhamento financeiro nos dá esperança de que é possível, sim, sonhar com um futuro melhor.
Mas para que isso não se torne um desejo possível de ser concretizado daqui a muito tempo, é necessário o empenho de pessoas a exemplo de Aildes (uma das madrinhas que são colaboradoras da organização social). Ao ler o relato dela, fica ainda mais evidente o quanto essa atitude contribui também para quem estende a mão: aumenta a empatia (um ativo tão importante em qualquer profissional) e faz com que cada um de nós avalie, realmente, os benefícios que temos. Só nos damos conta disso ao saber da trajetória tão desafiadora que algumas pessoas passam.
Para esse trabalho ser realmente transformador, é importante você selecionar muito bem a organização social para a qual irá confiar os seus recursos. Todos esses cidadãos que mencionamos acima são histórias reais que tiveram suas vidas conectadas a partir da atitude séria e comprometida da ChildFund Brasil, uma organização social de confiança e transparência, responsável por intermediar essas belas histórias transformadoras.
E agora, o que fazer?
Lembra do desafio de que falamos lá no início do post (mais de 8 milhões de crianças e adolescente até 14 anos vivendo em situação de pobreza extrema)? Pois bem: não dá para ficar indiferente, sair desse post e voltar a trabalhar ou a deitar no sofá como essa questão não fosse conosco. Convidamos você a ter duas atitudes decisivas:
1) Avalie qual das duas possibilidades estão ao seu alcance: apadrinhamento financeiro ou apadrinhamento afetivo. Mesmo que não seja agora, nesse instante, é importante você se programar para que esse gesto tão importante possa transformar a vida de tantas pessoas que precisam.
2) Que tal compartilhar esse post, recomendar a leitura dele, para que mais e mais pessoas entendam com mais profundidade as modalidades possíveis de apadrinhamento financeiro e apadrinhamento afetivo?
O importante é tomar atitude: o apadrinhamento pode, sim, mudar para melhor o nosso mundo e está ao nosso alcance contribuir de alguma maneira para isso se concretizar. É natural que você possa ter ficado com alguma dúvida, em função de um tema tão sério e com tantos detalhes. Por isso, fique à vontade para compartilhar sua dúvida nos comentários abaixo. Você também pode enviar um email para nós, que os técnicos do ChildFund Brasil irão respondê-lo
Até o próximo!
O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.