Extrema pobreza: o que você não vê, mas que afeta a sua vida

Introdução

A desigualdade social parece muito distante da nossa realidade. Por vezes, é algo que ouvimos falar, mas nunca paramos para prestar atenção de forma cautelosa, avaliando a gravidade e entendendo quais são as causas e consequências dela.

Muitas vezes, ainda que dispostos a ajudar, não sabemos ao certo o que significa estar nessas condições, nem quais são os reais motivos que acentuam esse problema.

Observando tal fato, nós do ChildFund Brasil, achamos importante abordar o assunto neste material, esclarecendo o que é essa desigualdade e a pobreza no Brasil, e porquê tudo isso afeta a sua vida. Continue a leitura
e entenda os verdadeiros motivos da temática ser tão delicada e também a razão de exigir tanto da nossa atenção. Acompanhe!

 

O que é pobreza e extrema pobreza numa visão global

O Banco Mundial, em sua última definição em 2018, estabeleceu uma métrica para analisar a linha de pobreza em escala mundial. Considera-se em situação de pobreza pessoas com renda per capita de até U$ 5,5 por dia, e em extrema pobreza pessoas com renda per capita inferior a U$ 1,90 por dia.

No entanto, é relevante frisar que não existe uma definição específica para o termo pobreza, pois a pobreza pode ser considerada multidimensional e a avaliação pode variar de país para país. Com isso, numa visão geral, na maioria dos casos quando uma pessoa e a sua família possuem uma renda per capita inferior ao considerado o mínimo essencial para adquirir o necessário para viver, eles podem estar no que é chamado de “linha de pobreza”.

Esse valor de renda per capita passa por mudanças constantemente, já que os bens de consumo podem sofrer alterações de preço no mercado devido a inflação, e os itens considerados mínimos necessários também podem variar com o tempo.

 

A extrema pobreza no Brasil

No Brasil, atualmente, a linha de pobreza é medida através de indicadores como: renda, alimentação, acesso à educação e informação, saneamento básico, condições mínimas de moradia, acesso à água potável, energia elétrica, e demais serviços considerados essenciais para uma sobrevivência digna.

Em relação à renda per capta, o país segue a proposta do Banco Mundial, em que, quem vive com até 1/2 de salário mínimo por mês, encontra-se em situação de pobreza. Já as pessoas com renda inferior a 1/4 de salário por mês, estariam na extrema pobreza.

Devido ao crescimento econômico, segundo o Jornal Estadão e também segundo os dados observados pelo Índice Gini, a situação melhorou muito entre os as de 2000 até 2010, graças ao fortalecimento do mercado formal de trabalho, aumento do salário mínimo e também expansão das políticas sociais, houve uma queda de 80% da desigualdade social no país.

Entretanto, dados do IBGE de 2018 analisados do Núcleo de Inteligência Social – NIS realizado em parceria com o ChildFund Brasil e Puc Minas mostram que 1 em cada 4 pessoas,  ainda vivem em situação de pobreza e extrema pobreza no Brasil, totalizando 52,7 milhões de brasileiros–

O fato, porém, passou a ser ainda mais preocupante em 2020, com o aumento das taxas de desemprego devido à crise econômica causada pela COVID-19. Os estudos realizados pelo Banco Mundial apontam que 5,4 milhões de brasileiros podem ser lançados a extrema pobreza devido à pandemia, e todo o avanço para erradicação do problema serão perdidos em meio ao cenário atual.

 

A pobreza e a fome

A extrema pobreza e a fome estão diretamente ligadas. Dentro dos indicadores da linha de pobreza, o que mais preocupa órgãos nacionais e internacionais é o da fome, e as principais campanhas sociais norteiam-se, principalmente, para o seu combate.

Tal fato é tão preocupante que existe o mapa da fome a nível internacional para que haja um controle maior da situação. Desde 1990, a FAO (organização da ONU que avalia a questão da alimentação da população), trabalhando com o indicador da “prevalência da subalimentação”, apresenta periodicamente o percentual da população que ingere uma quantidade diária de calorias inferior ao recomendado.

De acordo com o indicador, o país que apresenta a prevalência da subalimentação superior a 5% da população, está no mapa da fome. Esse mapa é essencial para que a ONU, juntamente com as organizações nacionais de cada país, possa criar estratégias para superar o problema e diminuir o número das pessoas em subalimentação.

 

O mapa da fome no Brasil

Devido ao crescimento econômico e o investimento em políticas sociais, o Brasil saiu do mapa da fome em 2014 – em que apresentou apenas 3% da população ingerindo menos calorias do que o recomendado.

No entanto, já em 2017 um relatório da ONU trazia o alerta de que o Brasil poderia voltar ao Mapa da Fome em breve. Segundo a organização, 108 milhões de pessoas no mundo convivem com a fome diariamente, e pelo menos nove milhões estão no Brasil.

 

Como a extrema pobreza pode afetar a sua vida

Infelizmente, algumas pessoas não se chocam com a realidade do Brasil, pois acreditam que ela é distante e que não afeta em nada a sua vida. O pensamento, além de equivocado, não condiz com a realidade.

Segundo pesquisas levantadas, em 2018, no Atlas da Violência,  pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), “as dez cidades com os maiores números de assassinatos no Brasil têm nove vezes mais pessoas na extrema pobreza do que as cidades menos violentas”. A pesquisa não se baseia em uma justificativa para os índices de violência, mas retrata que, quanto mais se investe em políticas sociais e se contribui para erradicação da pobreza, menores são os índices de violência de cada região e melhor é a qualidade de vida de toda a população.

Sabemos que inúmeros jovens deixam a escola para ajudar as suas famílias em casa. Com isso, se faz uma realidade propícia à exploração do trabalho infantil e também, por falta de oportunidade, maior o número de crianças e adolescentes inseridas no tráfico ou em trabalhos que não condizem com a sua idade.

Além disso, um país que apresenta um nível alto de pobreza é um país que não se desenvolve economicamente e, com isso, toda a sua população é afetada de forma direta ou indiretamente.

 

A iniciativa tem que ser sempre do Governo ou eu também posso ajudar para erradicação da pobreza no nosso país?

Muitas pessoas possuem essa dúvida e que as deixam perdidas na hora de buscar uma forma de contribuir para amenização do problema. Apesar das políticas públicas terem um papel essencial para superar a pobreza, existem sim meios de ajudar. O trabalho das maiores ONG’s no Brasil visam exatamente o combate à fome, à violência e à exploração, sempre buscando levar aos mais vulneráveis, condições mínimas de desenvolvimento.

Sendo assim, se essa realidade te incomoda e se você se sente afetado com ela, uma excelente forma de ajudar é colaborando com o trabalho das ONG’s com alguma doação. Você pode fazer parte da mudança deste cenário!

 

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ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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