Quais são os principais desafios para as crianças no Brasil e o que podemos fazer para mudar essa realidade?

O Brasil é um país muito grande e rico. Porém, ao falarmos sobre a situação das crianças e adolescentes, o panorama é bem complicado e existem muitas dificuldades a serem enfrentadas. Por isso, precisamos entender quais são os principais desafios para crianças e, assim, entendermos como combatê-los.

Segundo relatório do Unicef apresentado em 2019, o Brasil ainda não atingiu sua meta de tornar universal o acesso das crianças à pré-escola, como proposto no PNE (Plano Nacional da Educação). Apenas 32,7% das crianças brasileiras com até 3 anos frequentavam a creche em 2017. Os motivos para esse percentual é a dificuldade de acesso, a inexistência de escola onde as crianças moram e a falta de vagas.

Mas não são apenas os pequenos em idade pré-escolar que sofrem de desafios como esse. Infelizmente, ser criança ou adolescente no Brasil significar superar inúmeros problemas e para pensarmos em soluções, é imperativo entendermos melhor esse cenário.

Quais são os principais desafios para as crianças no Brasil?

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A realidade de muitas crianças brasileiras não é a das melhores. Nem todas têm seus direitos previstos pelo ECA garantidos. A seguir, veremos alguns dos desafios para as crianças e qual é o panorama atual.

Pobreza

Segundo dados recentes do IBGE, 22,6% das crianças e adolescentes brasileiros, com idade entre 0 e 14 anos, vivem em condições de extrema pobreza. Este é um dado bem expressivo e influencia diretamente a perspectiva de vida dessas crianças e adolescentes.

Estar em situação de pobreza ou extrema pobreza dificulta o acesso das crianças a itens e direitos básicos, como alimentação, educação, saneamento básico e proteção, gerando uma situação de privações múltiplas.

Assim, as crianças mais pobres acabam não tendo as mesmas oportunidades que outras que não passam pela pobreza têm. Essa situação prejudica o desenvolvimento das crianças menos favorecidas e as expõe a situações problemáticas, como o trabalho e até a prostituição infantil.

Falta de saneamento

O saneamento, ou seja água potável e rede de esgoto, é um direito que o governo deve garantir a todas as crianças. Porém, de acordo com um levantamento da Unicef, a falta de saneamento básico é a privação que afeta o maior número de crianças e adolescentes no Brasil, já que quase 25% das nossas crianças e adolescentes não têm acesso a esses serviços.

Dessa forma, surgem outros desafios para as crianças, pois elas podem adquirir doenças por consumo de água contaminada ou mesmo por entrarem em contato com o esgoto, que se encontra a céu aberto. O cheiro do esgoto também atrapalha o bem-estar das crianças e de suas famílias.

Violência infantil

A violência infantil, segundo o ECA, pode ser definida como física, psicológica, sexual e institucional. Dessa forma, a criança pode passar por situações de violência em qualquer âmbito da sociedade.

De acordo com a pesquisa Small Voices, Big Dreams, realizada pelo ChildFund Brasil, 35,32% das crianças não se sentem suficientemente protegidas da violência e de pessoas que querem fazer mal a elas. Além disso, 55,1% dos entrevistados acreditam que os adultos praticam violência contra elas porque elas não têm como se defender.

É importante que a criança cresça em um lar onde haja proteção e onde não seja usada força física para educá-la. Pois somente em um lar bem estruturado podemos formar pessoas mais bem desenvolvidas.

“Quando eu apanho tenho vontade de sumir. Se eu tivesse um quarto, me trancava, eu passava o resto da vida.”, esta frase foi dita por um menino de 12 anos que mora em Fortaleza.

Uma criança que passa por violência física ou psicológica tem mais chances de desenvolver traumas e medos do que uma que vive em um ambiente seguro e saudável. A violência provoca sérias consequências, podendo levar a criança a desenvolver depressão, ansiedade, crises de pânico ou até problemas físicos.

Entre os espaços que são mais inseguros para as crianças, segundo a pesquisa feita pelo ChildFund Brasil, estão as ruas, as redes sociais, o transporte público e os parques.

Porém, outro desafio para as crianças é que elas podem estar sofrendo abusos dentro de suas próprias casas e quase ninguém notar. Aliás, quando se trata de violência sexual infantil, é geralmente nesse local que elas mais sofrem.

Segundo os dados do Disque 100, mais de 70% dos casos de violência sexual de crianças e de abuso são praticados por mães, pais, padrastos e outros parentes da vítima. Além disso, em mais de 70% dos registros, a violência aconteceu na casa do abusador.

Por isso, é tão importante olharmos para as crianças e garantir a elas os seus direitos. Elas são pequenas, ainda não conseguem se defender e dependem dos adultos para sobreviverem e se desenvolverem.

Trabalho infantil

Outro desafio para as crianças é a questão do trabalho infantil. Ele é caracterizado por todo trabalho exercido por crianças e adolescentes que não têm idade mínima para trabalharem, de acordo com a legislação.

Sendo assim, segundo as leis brasileiras, nenhuma criança ou adolescente abaixo de 13 anos deve trabalhar. Porém, segundo uma pesquisa realizada pelo IBGE/PNAD, de 2016, cerca de 1,8 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando em atividades proibidas pela legislação.

Considerando esse dado, 54,4% estavam em condição de trabalho infantil, pois as crianças tinham entre 5 e 13 anos. Porém, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), diz que o número é bem maior, pois o IBGE não considerou as crianças e adolescentes que trabalham para sustento próprio.

Com o trabalho infantil, a criança não tem tempo para brincar, estudar e descansar. Muitas vezes, elas vão mal na escola por estarem muito cansadas e não conseguirem prestar atenção na aula. Isso piora quando são retiradas da escola para trabalhar.

O que podemos fazer para mudar a realidade das crianças no Brasil?

Todos os dados apresentados até agora são de crianças que vivem no Brasil. Sendo assim, há muito o que mudar para que elas possam ter uma infância melhor e mais saudável, podendo brincar, estudar e estarem protegidas contra qualquer violência.

A questão que fica é o que podemos fazer para mudar os principais desafios para as crianças e proporcionar mais qualidade de vida a elas?

Uma das formas de ajudar as crianças que estão em situação de vulnerabilidade social ou não têm acesso a todos os seus direitos é investir em projetos sociais. O apadrinhamento infantil do ChildFund Brasil beneficia mais de 41 mil crianças brasileiras e conta com mais de 40 organizações parceiras.

Não é por acaso que o ChildFund Brasil foi premiado diversas vezes ao longo de sua trajetória. E como forma de manter sua transparência, todos os anos é emitido o relatório anual, em que são mostrados os números de arrecadações e de projetos e crianças beneficiadas.

Como você viu, infelizmente, existem muitos desafios para crianças no nosso país. A falta de saneamento básico, de proteção e de estrutura familiar e da sociedade, colocam nossos menores em risco de vulnerabilidade social e impedem que eles consigam se desenvolver adequadamente.

Para modificar esse panorama, é fundamental a participação de todos. Por isso, convidamos você a também fazer parte dessa mudança ao apadrinhar uma criança. Assim, cada vez mais crianças terão acesso à educação, saúde, proteção e se desenvolverão de forma saudável.

ChildFund

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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