Falar sobre saúde mental é algo que tem sido cada vez mais comum, especialmente após o aumento de casos de ansiedade e depressão ocasionados pelo isolamento social no auge da pandemia. Mas não são apenas adultos que sofrem disso: crianças também. A ansiedade infantil, bem como a depressão, são crescentes nessa faixa etária. Na pandemia, uma em cada quatro crianças e adolescentes apresentou sintomas desses transtornos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a saúde mental é um estado de bem-estar no qual o indivíduo consegue se recuperar do estresse vivenciado no dia a dia, usar suas próprias habilidades, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade. Quando a saúde mental de uma pessoa não vai bem, é muito difícil gerenciar os diferentes aspectos de sua vida.
Se para um adulto lidar com esses transtornos já requer muitos cuidados e é um desafio enorme, imagine para uma criança, que ainda está formando o entendimento sobre o mundo ao seu redor? É um grande desafio, e toda a sociedade precisa estar atenta a isso.
Podemos dizer que uma das principais causas é o chamado “estresse tóxico”, que, na primeira infância, ocorre quando as crianças passam por situações atípicas e estressantes de forma constante e repetida, por período prolongado. Podem ser traumas grandes ou leves, porém, contínuos, que a longo prazo afetam muito a sua saúde mental.
São situações como: negligência às suas necessidades; abuso físico e emocional; casos de pobreza extrema e exposição à violência doméstica, como, por exemplo, brigas constantes entre os pais, histórico de vício em drogas dentro da família e bullying. Até mesmo em contextos como cobrança exagerada, agenda repleta de atividades e excesso de tempo em frente à tela podem gerar efeitos negativos na saúde mental infantil.
Essas situações geram consequências graves para o desenvolvimento de uma criança, especialmente a nível neurológico, já que é nesse período (de 0 a 6 anos) que são formadas as estruturas mentais e as sinapses, que são as conexões entre neurônios responsáveis por manter memórias e consolidar hábitos.
No “estresse tóxico”, o sistema de resposta do corpo é ativado de forma excessiva, fazendo com que a produção de adrenalina e de cortisol seja aumentada. Com isso, a arquitetura cerebral fica enfraquecida, com consequências para a vida toda.
Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que, no mundo, a depressão entre crianças na faixa dos 6 aos 12 anos saltou de 4,5% para 8% na última década. Com o aumento desse índice, uma consequência muito grave também cresce: o suicídio entre adolescentes.
Com a pandemia, como já citamos no início deste artigo, casos de ansiedade infantil e depressão aumentaram nessa faixa etária. Dentre as motivações, estão a falta de socialização motivada pelo isolamento social, aumento do tempo de exposição à telas, mudança na rotina do sono e alimentação, limitação na prática de exercício fisico e outras atividades ao ar livre e, especialmente, a falta de convívio escolar.
Com isso, geram-se traumas muito difíceis de serem superados sem o tratamento e direcionamento correto, criando problemáticas a longo prazo na saúde mental.
Neste artigo, você consegue ler todos os impactos da covid-19 em crianças e adolescentes.
No entanto, é importante salientar que a problemática já existia mesmo antes da pandemia, com um em cada sete meninos e meninas com idade entre 10 e 19 anos vivendo com algum transtorno mental diagnosticado, de acordo com um relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef).
Além disso, o relatório apontou que faltam políticas públicas voltadas para o combate a essas condições. Atualmente, apenas 2% dos orçamentos governamentais de saúde são alocados para gastos com saúde mental em todo o mundo.
Como dito mais acima no texto, uma infância com traumas e com os chamados “estresses tóxicos” pode impactar de forma profunda a saúde mental de uma criança, criando problemáticas que são levadas para a vida adulta.
Dentre um dos deveres da sociedade como um todo, está o de garantir uma infância leve e feliz para todas as crianças – e esse é um dos princípios que norteiam as ações do ChildFund Brasil. Ao garantir uma infância favorável para todos, diminuímos os riscos de transtornos mentais que se tornam mais e mais dolorosos, à medida que a criança vai ficando mais velha.
Em todos o casos, oferecer uma rede de apoio familiar é indispensável para garantir o bem-estar das crianças e adolescentes.
Além disso, é primordial que a criança com sintomas de ansiedade e outros transtornos passe por acompanhamento psicológico, esteja cercada de empatia e possa ter um estilo de vida mais saudável, com direito a lazer, alimentação saudável, socialização, atividade física e muitas brincadeiras.
Por meio das organizações sociais que apoiamos em diferentes comunidades ao redor do Brasil, nós conseguimos formar uma rede de apoio para muitas crianças em situação de vulnerabilidade social. Para elas, isso pode fazer toda a diferença.
Para te dar uma dimensão da grandiosidade que as ações de apadrinhamento alcançam, anualmente, o ChildFund Brasil impacta mais de 135 mil pessoas por meio de diferentes projetos em áreas de grande vulnerabilidade social, em sete estados brasileiros.
E como você pode ajudar? Por meio do apadrinhamento. Ao contribuir com o nosso fundo, que é distribuído entre as organizações que desenvolvem projetos sociais nessas comunidades, você contribui com a criação de mecanismos de empoderamento para essas crianças, proporcionando a elas participação nas atividades, contribuindo para o seu bem-estar e sua saúde mental.
Assim como você, queremos construir um mundo melhor juntos, em parceria com nossas organizações, familiares e a própria criança. Entre em contato conosco e ajude a mudar realidades. Seja um padrinho ou madrinha!
O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.
