O advocacy é uma prática do sistema democrático que, feita por indivíduos, organizações ou grupos, visa argumentar e defender causas e direitos para, assim, estimular a formulação de políticas públicas efetivas que tragam impactos positivos frente às causas defendidas.
O termo deriva do inglês advogar e, contextualizando o seu significado, trata-se da reivindicação de variadas causas dentro da sociedade por meio de algumas etapas:
– Identificar problemas existentes na sociedade e que atrapalham o desenvolvimento de determinada causa;
– Angariar dados e fontes confiáveis para apresentar a problemática e mostrar sua importância;
– Engajar e mobilizar a população;
– Buscar soluções para a sua resolução;
– Contatar representantes do setor público para repensar políticas públicas.
Dessa forma, além de fomentar a discussão, a formulação e a implementação de políticas públicas, o advocacy é um instrumento muito poderoso da democracia, já que auxilia na ampliação da voz e representatividade de variados grupos que são, muitas vezes, excluídos dos processos políticos e contam com menor participação de decisão.
Assim, grupos marginalizados e em maior vulnerabilidade ou pautas de pouca discussão nas esferas políticas ganham voz, diminuindo desigualdades e injustiças sociais.
Já que o intuito é mobilizar a sociedade, é preciso criar campanhas de comunicação, eventos públicos, comícios, abaixo-assinados, publicações de estudos com dados sobre a causa, reuniões em conselhos e comitês, manifestações, dentre tudo o que for importante para ampliar a informação sobre a causa defendida e levar à sociedade a reflexão sobre o tema.
Qualquer causa pode entrar no advocacy – desde um problema no bairro em que os moradores se unem para pedir por melhorias, até situações nacionais, que envolvem esforços da população a fim de cobrar a esfera Federal.
Existem, até mesmo, exemplos de causas globais, como a atuação da ativista paquistanesa Malala Yousafzay (Nobel da Paz em 2014) por meio do Fundo Malala, feito para fomentar a educação das meninas ao redor do mundo.
Uma das principais frentes de trabalho do ChildFund Brasil é o advocacy. No período 2019-2022, nosso intuito é valorizar, promover e proteger o valor e o direito das crianças, adolescentes e jovens.
Além de ampliar a relevância da instituição, a estratégia tem o objetivo de oferecer soluções duradouras, gerando uma transformação permanente na sociedade. O propósito dessa frente é ampliar o bem-estar das crianças, jovens e adolescentes e contribuir para que alcancem seu pleno potencial.
Nosso advocacy é dividido em três pilares principais:
1 – Influenciar, monitorar e promover os processos de geração e cumprimento de leis relacionadas à proteção infantil;
2 – Realizar campanhas para dar visibilidade, conscientizar da importância e engajar a sociedade em temáticas da infância;
3 – Fortalecer alianças e integração com o setor público, privado e organizações da sociedade civil.
Nos dois anos anteriores, nossa principal bandeira foi a prevenção aos maus-tratos de crianças, adolescentes e jovens no ambiente doméstico. De forma mais ampla, também agimos em questões relacionadas à violência contra crianças e à superação da pobreza infantil, temas que são transversais e estão, muitas vezes, relacionados.
Você pode conferir todas essas informações no nosso relatório de sustentabilidade.
Também pode ler mais artigos sobre o tema no nosso blog.
A pesquisa Small Voices Big Dreams também aponta para essa temática.
Falando especialmente sobre a violência infantil, foco atual do ChildFund Brasil nas ações de advocacy, esse é um tema que deve ser pautado pela sociedade por ser, infelizmente, muito presente, além de se tratar de algo que ocasiona impactos imensos por toda a vida desses futuros adultos.
Dados de 2019, divulgados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, mostram que, diariamente, são notificadas no Brasil uma média de 233 agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) contra crianças e adolescentes com idade até 19 anos.
O Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), ligado ao Ministério da Saúde, também mostrou que, somente em 2017, foram feitas 85.293 notificações, decorrentes especialmente de violência física e psicológica. Clique aqui para saber mais.
A problemática pode ser ainda maior, uma vez que o documento não considerou situações como violência e assédio sexual, abandono, negligência, trabalho infantil, entre outros tipos de agressão. Saiba mais no artigo “Crianças e adolescentes desprotegidos: como está o cenário da violência infantil no Brasil e como melhorar este problema?”
Ao apoiar o ChildFund Brasil, você apoia as nossas ações em prol do fim dessa problemática e a nossa pressão ao poder público para elaborar políticas que diminuam a violência infantil, a extrema pobreza, a violação de direitos e outras situações que impedem as crianças de se desenvolverem de maneira plena e saudável.
Saiba como apadrinhar uma criança aqui.
O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.