A pobreza multidimensional pode ser definida como um conjunto de critérios que tem por objetivo classificar pobres e não-pobres, sendo a sua avaliação amplamente mais profunda e abrangente que a simples categorização por renda produzida. São três os pilares que regem uma pesquisa de pobreza multidimensional:
A primeira e mais tradicional forma de avaliação tem como objetivo diferir pobres e não-pobres a partir de seu rendimento monetário, sendo consideradas as seguintes métricas:
Extrema pobreza: renda mensal de até R$89,00 por pessoa.
Pobreza: renda mensal entre R$89,01 até R$ 178,00 por pessoa.
Entende-se por socialmente vulnerável aquele indivíduo cujo qual está à margem da sociedade, tendo negados direitos essenciais e garantidos a qualquer cidadão brasileiro. É importante ressaltar que a vulnerabilidade social não é um sinônimo de pobreza, mas um conceito abrangente daquilo que se entende por fragilidade de uma determinada unidade ou conjunto de pessoas socialmente excluídas. Tal exclusão pode ser causada por questões diversas além da falta de recursos financeiros.
O artigo 6º da Constituição Federal assegura os seguintes direitos básicos a todo e qualquer cidadão brasileiro: educação, saúde, alimentação, trabalho, moradia, transporte, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade, infância e também à assistência aos desamparados. Em outras palavras: a todo indívuo são prescristos direitos essenciais e, quando não cumpridos, é garantido e ele o direito de ser contemplado com ações sociais que têm por objetivo buscarem a reparação da privação de quaisquer que sejam as garantias violadas.
Em dezembro de 2019, o ChildFund Brasil – Fundo para Crianças em parceria com a PUC Minas lança o primeiro indicador de pobreza multidimensional, considerando os 3 pilares acima e com recorte social, focado em crianças de 0 a 11 anos. Com escala municipal, os estados escolhidos para a primeira parte da pesquisa foram: Maranhão, Piauí e Paraíba. Tal seleção foi feita com base em dados previamente coletados pelo ChildFund Brasil, que indicavam um acentuado número de famílias nas linhas de pobreza e extrema pobreza nos respectivos estados.
A pesquisa indicou que foram encontradas em situação de pobreza multidimensional:
126.760 de crianças de 0 a 11 anos no Maranhão;
31.708 de crianças de 0 a 11 anos no Piauí e
27.773 de crianças de 0 a 11 anos na Paraíba.
Foram, ainda, encontradas em situação de vulnerabilidade:
353.875 de crianças de 0 a 11 anos no Maranhão;
118.274 de crianças de 0 a 11 anos no Piauí e
105.797 de crianças de 0 a 11 anos na Paraíba.
Esses números representam, em relação ao número total de crianças, 30%, 23,4% e 18% respectivamente.
A pesquisa já apresentava resultados alarmantes ainda em fase inicial, tendo sido atualizada em dezembro de 2020 considerando dados do resto do Brasil. Foram constatadas pelo menos 4,8 milhões de crianças de 0 a 11 anos de idade na linha de extrema pobreza, número que representa uma devastadora proporção de 1 em cada 6 crianças no país. Clique aqui para ter acesso ao estudo completo.
A situação de milhões de crianças, que já era grave, ganhou contornos dramáticos com a ocorrência da pandemia da Covid-19, arrastando mais e mais famílias para as linhas de pobreza e extrema pobreza todos os dias. A fome cresce em níveis exponenciais ao passo que o vírus impossibilita a volta das aulas, uma vez que uma incontável quantidade de crianças dependia das escolas para realizarem ao menos uma refeição diária.
A falta das aulas ainda permite que sejam agravadas outras mazelas como a falta de acesso ao ensino, higiene e água potável, além de contribuir para uma maior incidência de trabalho infantil e vioência doméstica. No ano em que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) completa 30 anos de criação, cada vez mais direitos essenciais são violados, prejudicando a formação saudável e, consequentemente, o futuro das próximas gerações.
Leia, na íntegra, uma matéria produzida pela Exame destacando o trabalho do ChildFund Brasil na linha de frente ao combate à pobreza multidimensional, além dos mais importantes pontos de atenção e urgência registrados pelo estudo. Clique para acessar.
O ChildFund Brasil atua no desenvolvimento infantil desde 1966, já tendo beneficiado milhares de crianças e adolescentes vulneráveis que puderam transformar as suas realidades a partir da ajuda de doadores, padrinhos, madrinhas e, claro, a nossa intervenção.
As doações recebidas são revertidas em investimento em diversos projetos sociais espalhados por mais de 53 municípios brasileiros, levando mais educação, lazer, saúde, segurança, alimentação e higiene para crianças e adolescentes contlempadas por 45 organizações sociais.
Deseja reverter o quadro de pobreza multidimensional que afeta o futuro das próximas gerações e compromete o crescimento saudável de mais crianças a cada dia? Acesse a área de doação em nosso site e nos ajude a continuar lutando por uma realidade mais justa para os nossos pequenos. A sua doação é muito importante para que possamos dar continuidade ao projeto de erradicação da extrema pobreza em território nacional.
Se você sente que pode fazer ainda mais, apadrinhe uma criança agora mesmo e dê a ela o presente mais valioso de todos: o cuidado e o carinho. Com apenas um pouco mais que R$2,00 por dia, você poderá dar a chance de um recomeço feliz para a criança da sua escolha, além de poder acompanhar o desenvolvimento e o crescimento do seu afilhado a partir da sua ajuda mensal.
Você poderá, ainda, trocar cartinhas, fotos e até mesmo conhecer a criança beneficiada, com a supervisão do ChildFund Brasil. Viva a incrível experiência do apadrinhamento e transforme de vez a vida de quem mais necessita da sua ajuda.
Assista ao vídeo abaixo para saber mais sobre o emocionante ato de apadrinhar:
O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.