Descubra 6 características ainda presentes nas comunidades

A vida nas comunidades é a realidade de mais de 10 milhões de brasileiros — uma população maior que o estado do Rio Grande do Sul — de acordo com os dados do Data Favela. Repleta de estereótipos e preconceitos, a vida nas comunidades ainda demonstra fortemente a desigualdade social que assola o nosso país e, muitas vezes, o descaso das autoridades com essas pessoas.

Quer saber um pouco mais sobre como é a vida nas comunidades brasileiras? Continue a leitura!

Como surgiram as favelas brasileiras?

Muito antes de serem consideradas comunidades, as favelas começaram a surgir no Brasil no final do século XIX, com o término da Guerra de Canudos. Principalmente em terrenos cedidos pela Marinha aos soldados que retornavam de missões sem receber nenhum tipo de salário.

No Rio de Janeiro, o processo teve início por volta de 1889, quando os administradores da cidade resolveram apagar os vestígios da época colonial e transformar o Rio em uma cidade com a cara da República, recém proclamada. Para isso, os cortiços, povoados principalmente por escravos e sem nenhuma condição sanitária, foram demolidos em um processo que ficou conhecido como a Reforma Pereira Passos.

Sem ter onde morar, essas pessoas acabaram subindo o morro. Mas foi com a chegada e a intensificação da industrialização, após 1950, que o processo de formação das favelas começou a ganhar força em todo o país. Isso graças ao êxodo rural e a intensificação da desigualdade social, o que aumentou o número de pessoas em condições de miséria e incapazes de comprar seus imóveis ou de arcar com o aluguel.

Urbanização

Com o passar do tempo, algumas dessas favelas passaram a se urbanizar e receberam das prefeituras condições mínimas de saneamento, como água encanada, energia elétrica, esgoto e ruas asfaltadas. Porém, a situação ainda está longe de ser a ideal.

Como é a vida nas comunidades hoje?

comunidades

Hoje, as principais comunidades estão nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro que, juntos, correspondem a mais da metade das favelas brasileiras. De acordo com o último levantamento do IBGE sobre o assunto, São Paulo detinha 23,2% e o Rio de Janeiro 19,1% de domicílios nessas regiões.

Os eventos esportivos mundiais dos quais o Brasil foi sede nos últimos anos, como a Copa do Mundo e as Olímpiadas, fizeram com que alguns governos estaduais buscassem pacificar algumas dessas comunidades. Assim, eles visavam sobretudo passar uma imagem de segurança aos turistas.

Porém, apesar disso, ainda faltam políticas públicas capazes de melhorar efetivamente a vida dessas pessoas. Veja alguns dados sobre a vida nas comunidades que pode lhe ajudar a entender melhor essa situação:

1- As comunidades também abrigam a classe média

De acordo com os dados da pesquisa “Radiografia da Nova Favela Brasileira”, do Data Favela, em 10 anos — entre 2003 e 2013 — houve um aumento no número de moradores de classe média nas comunidades. Enquanto em 2003, o percentual era de apenas 33% dos moradores, em 2013 ele subiu para 65%. Em uma mesma comparação, a pesquisa também revelou que o número de moradores de classe baixa diminuiu de 65%, em 2003, para 32%.

2- A renda média é de R$ 910

A mesma pesquisa também mostrou que a renda média das famílias das comunidades é de R$ 910, o que tem aumentado o poder de compra. Por isso: 85% dos moradores possuem celular e 50% deles têm acesso à internet, sendo que destes, 41% fazem a conexão via celular.

Outros dados mostram que a geladeira é o bem mais comum da maior parte dos moradores (99%), seguida do ferro de passar roupa (91%), da máquina de lavar (69%), do freezer (61%) e do micro-ondas (55%). Na sequência vem a TV de plasma ou LCD (46%) e o computador — 47% no total, sendo 38% desktop e 20% notebook. A TV a cabo é usada por 38% dos moradores.

3- As mulheres são as principais provedoras

Outro dado significativo é que cerca de 40% dos lares nas comunidades são chefiados pelas mulheres, sendo que metade delas é mãe solteira e 24% recebem Bolsa Família. Mas, de acordo com os pesquisadores, ao contrário do que muitos brasileiros imaginam, o Bolsa Família não levou essas pessoas a se acomodarem e a deixarem de buscar uma vida melhor.

4- A violência cometida por policiais é um dos maiores medos

Outro estudo do Data Favela, realizado em 2015, revelou que cerca de 65% dos moradores das favelas do Rio de Janeiro têm medo de sofrer com a violência policial. No restante das comunidades brasileiras, esse índice é de 59%.

A pesquisa ainda revelou que 75% dos moradores das favelas cariocas já ouviram ou presenciaram o assassinato de algum trabalhador no bairro onde residem. 52% dos moradores das comunidades brasileiras ainda disseram já terem sofrido algum tipo de discriminação devido às suas origens e 84% das pessoas concordam que morar na favela é sinônimo de sofrer preconceito.

5- Média de anos de estudos é menor nas favelas

Um estudo realizado pelo El País em parceria com o Centro de Estudos da Metrópole, ligado à Universidade e Prefeitura de São Paulo, revelou que a média de escolaridade do responsável pela moradia nas favelas paulistanas é de 5,4 anos. Ou seja, bem menor do que a média no restante da capital que é de 8,6 anos.

A pesquisa também mostrou que, nas favelas, 81,83% da população com mais de 5 anos é alfabetizada. Quando comparado com o restante do município (89,16%), esse dado também é menor.

6- As comunidades são lugares repletos de gente feliz

Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, o estudo do Data Favela revelou que 94% dos moradores das comunidades se diz feliz com a vida que leva e 81% gostam de viver na sua comunidade. A pesquisa ainda mostrou que 66% dos entrevistados não querem sair da favela e 62% têm orgulho dela. Para 51% dos moradores, a vida nas comunidades melhorou nos últimos anos e 76% ainda acreditam que ela irá melhorar muito mais.

Como melhorar a vida nas comunidades?

Apesar de todos esses dados, ainda existe muito o que ser feito para melhorar a vida nas comunidades brasileiras. Principalmente garantindo um futuro melhor para as crianças que residem nesses locais, com mais acesso à educação e a uma vida mais segura.

Uma maneira efetiva de garantir isso é por meio do apadrinhamento social. Nesse tipo de serviço, realizado pelo Childfund, você se compromete a doar o valor mínimo de R$67 mensais. Essa quantia será investida em projetos sociais que serão realizados por uma organização social parceira presente na comunidade, beneficiando as crianças apadrinhadas e suas famílias.

Porém, o apadrinhamento vai ainda mais longe do que apenas garantir uma renda para os projetos sociais. Se você desejar, também poderá trocar cartas com o seu afilhado, telefonar e ajudar a transmitir a essa criança bons valores, criando um vínculo afetivo e ajudando-a a se tornar um adulto saudável, responsável e feliz.

Ficou interessado e quer começar a contribuir para modificar a realidade de inúmeras crianças e jovens que vivem nas comunidades brasileiras? Entre em contato com a Childfund e descubra como se tornar um padrinho ou madrinha hoje mesmo!

 

ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização de desenvolvimento social que por meio de uma sólida experiência na elaboração e no monitoramento de programas e projetos sociais mobiliza pessoas para a transformação de vidas. Crianças, adolescentes, jovens, famílias e comunidades em situação de risco social são apoiadas para que possam exercer com plenitude o direito à cidadania.

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